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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Chile projeta Brasil como segundo maior importador de salmão fresco chileno

Igal Neiman
Segundo Igal Neiman, presidente do Comitê de Produtores que fomenta a campanha “Salmón de Chile”, o aumento do consumo do salmão entre os brasileiros está relacionado a fatores que vão além do crescimento econômico do país

Segundo dados levantados pela InfoTrade, em 2010 o Chile enviou ao Brasil uma quantidade de salmão equivalente a US$ 247 milhões. Deste total, 74% dos envios (equivalente a US$ 184 milhões) foram de salmão fresco. Avançando para 2015, os rendimentos do “gigante” latino-americano seguiram em crescimento, alcançando US$ 407 milhões, dos quais 85% equivaleram à venda do produto fresco. Diante dos números positivos, a pergunta inevitável é: O que teria ocasionado o posicionamento do mercado brasileiro como o terceiro maior importador deste produto aquícola chileno (13,6% em 2015) e o segundo na categoria de importação do pescado fresco (30% em 2015)?

Algumas das razões para que o Brasil tenha conquistado um lugar de destaque entre os grandes consumidores do salmão no mundo se relacionam aos bons resultados da economia brasileira, até o ano de 2014, quando o PIB do país chegou a US$ 2,07 trilhões, equivalente a US$ 10.238 por pessoa, refletindo uma redução significativa nas taxas de pobreza, que chegaram a 39% em 1999 e, 10 anos depois, caíram para 23%.

“O aumento do consumo de salmão chileno, no entanto, não pode ser relacionado exclusivamente ao crescimento econômico”, aponta Igal Neiman, gerente de Planejamento, Marketing e TI da companhia pesqueira Camanchaca. Há um ano, o executivo assumiu o cargo da presidência do Comitê de Produtores responsável pela campanha “Salmón de Chile”, iniciativa criada em 2011 e cujo principal objetivo era promover o consumo do salmão chileno e difundir as qualidades do produto em cidades do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro, primordialmente.

"Se compararmos o Brasil aos principais consumidores de salmão do mundo, este país é, de longe, o que cresce mais rápido. Em 2010, o Brasil ocupava o 12º lugar entre os maiores consumidores do produto fresco, com 26 mil toneladas ao ano, de acordo com as estatísticas WFE. Em cinco anos, ele se tornou o quarto maior consumidor mundial de salmão fresco, com 91 mil toneladas (WFE) e crescimento médio anual de 28% entre 2010 e 2015. O mais exponencial aumento registrado entre os doze maiores consumidores do mundo. Estes resultados estão diretamente relacionados aos esforços desta campanha", afirma Neuman.

Ainda de acordo com o presidente, os números favoráveis só têm sido possíveis porque a estratégia promocional desenvolvida trouxenovo fôlego ao setor e possibilitou colher frutos admiráveis, refletidos no índice de 30% de reconhecimento da marca pelo consumidor brasileiro."Temos notado uma mudança gradual no hábito do consumo de salmão nos lares brasileiros, graças àsdegustações que realizamos regularmente em várias cadeias de supermercados. Esta ação nos permitiu aumentar nossa presença e promover o consumo do produto entre os consumidores finais. Atualmente, é muito comum encontrar salmão em todos os tipos de restaurantes, sendo que há alguns anos o pescado só era encontrado em restaurantes japoneses", comenta o porta-voz da campanha.

Ele ainda acrescenta que este ano estão sendo promovidas diversas apresentações a meios de comunicação e formadores de opinião no Brasil, em que são abordados, entre outros temas, os dez mitos sobre a produção do salmão chileno, para esclarecer, por exemplo, que a indústria investe em parcerias com comunidades locais e que o uso dos antibióticos acontece apenas com a devida prescrição médica e muito antes do período da colheita, assegurando que o produto final chegue ao consumidor saudável e seguro. “Percebemos que o retorno nestas atividades é muito positivo, porque abordamos assuntos pouco discutidos e conseguimos esclarecer dúvidas recorrentes destes jornalistas de veículos de alta credibilidade”, conclui Neiman, que também destaca o trabalho realizado nestes eventos pela gerente da Salmón de Chile, Melanie Whatmore, e pelo gerente da Associação da Indústria do Salmão do Chile A.G (SalmonChile), Felipe Manterola.


PRÓXIMOS PASSOS

Além de reforçar a importância destas estratégias de aproximação com o público final e com a imprensa especializada, que, dentre outros resultados, ajudaram a alavancar para mais de 500 mil o número de seguidores da página da Salmón de Chile no Facebook, o representante da Camanchaca também explicou que a curto e médio prazo as ações seguirão tendo como foco São Paulo e Rio de Janeiro, com a incorporação de novas cadeias de supermercados destas regiões à campanha e a participação em diferentes eventos que permitam à Salmón de Chile continuar este movimento de expansão e consolidação como uma das mais importantes associações da indústria de salmonicultura, principalmente, por suas vantagens competitivas exclusivas, como a oferta de salmão fresco terrestre e baixos custos de logística.


Salmón de Chile
De uma parceria entre ProChile – Direção de Promoção de Exportações, órgão vinculado ao Ministério de Relações Exteriores do Chile – e a indústria de salmão chilena, nasce, em 2012, a associação Salmón de Chile, idealizada para promover e potencializar o consumo do salmão no mundo. O Brasil foi o país escolhido para o início de suas ações por ser o mercado com melhores projeções para a venda do produto sendo, atualmente, o terceiro mais importante para a indústria. A associação tem como principal objetivo tornar o consumo de salmão um verdadeiro estilo de vida para seus consumidores. http://www.salmondechile.com/pt


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Educação registra aumento de 51% no uso de nome social por alunos de SP



Enquanto em setembro de 2015 eram 182 cadastros, em 2016 o número subiu para 358 estudantes travestis e transexuais que optaram pelo uso do nome social

Levantamento da Secretaria da Educação do Estado aponta que até setembro de 2016, 358 estudantes travestis ou transexuais solicitaram o uso do nome social em suas escolas. O número é 51% superior ao mesmo período em 2015, quando eram 182. A adoção é um direito garantido a alunos e servidores da rede estadual de ensino de São Paulo. Até o período, 17 profissionais também solicitaram a inclusão da nomenclatura pelo gênero que se reconhecem.

Entre 358 estudantes que já usam o nome social, 77% são mulheres travestis e transexuais e outros 23% são homens transexuais. A maioria está matriculada na Educação de Jovens e Adultos (66%) e outros 34% estão no Ensino Fundamental ou Médio. Separados por idade, 23% são menores de 18 anos.

Para pedir a inclusão do nome social, basta requerer à escola a qualquer tempo, em qualquer período do ano. A unidade tem até sete dias para incluir o nome social no sistema de cadastro de alunos. Os documentos válidos são de circulação interna – lista de chamada, carteirinha de estudante e boletim. Os demais continuam com o nome de batismo do estudante. Já para os profissionais da Educação o pedido deve ser feito diretamente na escola ou Diretoria de Ensino que atuam.

“As ações desenvolvidas pela Secretaria da Educação para travestis e mulheres e homens transexuais buscam garantir o reconhecimento da identidade de gênero e assegurar uma educação pública equânime e de qualidade. Isso pode ser identificado na ampliação dos direitos como a instituição do uso do nome social, nos investimentos na formação dos recursos humanos e na produção de subsídios pedagógicos”, afirma Thiago Sabatine, professor responsável pela Equipe Técnica de Educação para a Diversidade Sexual e de Gênero da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica.