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sábado, 3 de julho de 2010

Conferência sobre Diabetes para a América Latina

Peritos de saúde de primeira linha a nível global, autoridades nacionais de saúde, fornecedores de cuidados da saúde, Secretários de Estado da Saúde e a mídia regional marcarão presença na Conferência sobre Diabetes para a América Latina, que ocorrerá em Salvador, para discutir a epidemia cada vez maior de diabetes e doenças crônicas não-transmissíveis. Congregando todos os principais interessados, o objetivo da Conferência é encorajar os governos, os elaboradores de políticas, os doadores bilaterais e multilaterais a priorizar a prevenção e o cuidado do diabetes e outras doenças crônicas não-transmissíveis nesta região.

A Conferência foi organizada pela Fundação Mundial de Diabetes e co-patrocinada pelo Ministério da Saúde brasileiro e pela Organização Pan- Americana da Saúde.

A nível global, há uma estimativa de 285 milhões de casos de diabetes, que se espera suba a 438 milhões em 2030.1 Esses números alarmantes representam mais do que 10 vezes o número de pessoas que vivem com HIV/AIDS no mundo inteiro, em 2008.², O Brasil tem uma incidência de 6,4%. ³

“No Brasil, estamos testemunhando um aumento nas taxas de diabetes e outras doenças crônicas não-transmissíveis. O rápido crescimento econômico e o aumento da urbanização, enquanto que aumentam os padrões de vida em geral, também implicam uma série de hábitos de estilo de vida indesejáveis, tais como alimentação pouco saudável, redução da atividade física, tabagismo e abuso de bebidas alcoólicas, que todos contribuem para o risco das doenças crônicas não-transmissíveis,” comenta Sua Excelência, Sr. José Gomes Temporão, Ministro da Saúde, Brasil.

“O impacto de tudo isso na região latino-americana não pode ser subestimado tanto pela perspectiva da saúde pública, como pelos custos financeiros do tratamento e pela perda de produtividade devidos à invalidez e óbitos prematuros; a ameaça à prosperidade econômica é grave e aumentará, criando quedas significativas nas rendas nacionais, marginalizando as famílias e as crianças numa espiral decrescente de pobreza. Juntos, devemos estabelecer estratégias para a detecção precoce, prevenção e gerenciamento do diabetes e as outras doenças crônicas não-transmissíveis e desenvolver sistemas de saúde que sejam capazes de lidar com o problema.” é o parecer do Ministro Temporão.

O impacto cada vez maior do diabetes e das doenças crônicas não-transmissíveis

O diabetes é um problema em crescimento na região da América Latina e do Caribe. Em 2010, a estimativa é que haverá 18 milhões de pessoas (6,3% dos adultos) na região vivendo com diabetes3 e espera-se que este número aumente em 65%, para quase 30 milhões, nos próximos 20 anos. O diabetes é responsável por 9% de todos os óbitos da região, esperando-se que aproximadamente 330.000 pessoas que vivem com diabetes morram de complicações derivadas do diabetes.³

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas são atualmente a causa de 35 milhões de óbitos a cada ano – ou 60% de todos os falecimentos a nível mundial – dos quais 80% ocorrem em países de renda baixa ou média.4 Em 2015, a OMS estima que as quedas líquidas no PIB devidas ao diabetes e às doenças cardio-vasculares aumentarão dramaticamente no Brasil para uma estimativa de 49,2 bilhões de dólares americanos.³

“A crescente epidemia de diabetes e doenças crônicas não-transmissíveis na região da América Latina e do Caribe deve ser encarada com soluções tangíveis, de custo/ benefício eficientes e de prevenção. A prevenção eficiente e as estratégias de tratamento do diabetes não são onerosas e poderão, de modo eficaz, reduzir os custos inerentes a outras doenças crônicas não-transmissíveis relacionadas com o diabetes. Chegou a hora de todos os parceiros e governos reconhecerem as doenças crônicas não-transmissíveis como estreitamente ligadas ao desenvolvimento sócio-econômico a nível global. Um desenvolvimento que não considerar as consequências para a saúde poderá ser dispendioso e também perpetuar a pobreza crônica,” comenta a Dra. Mirta Roses Periago, Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde. “É um prazer dar as boas-vindas a este convívio prestigioso de stakeholders na Conferência.”

Nenhuma outra doença comum ou não-transmissível tem tantas complicações e comorbidades associadas como o diabetes, e de fato é, por si só, um fator de risco de várias outras doenças. Estima-se que os gastos com o diabetes e suas complicações cheguem a US$ 8,1 bilhões na América Latina e, no Brasil, os custos totais (tanto indiretos como diretos) atribuídos ao diabetes atingem uma estimativa anual de US$ 23 milhões. Isso corresponde a um gasto de saúde de aproximadamente US$ 870 por pessoa.5

Estatísticas como essas fizeram com que o Fórum Econômico Mundial colocasse as doenças não-transmissíveis no ranking entre os cinco maiores riscos globais em seu Relatório sobre Riscos Globais, desta vez, por dois anos seguidos, em 2009 e 2010.6 O Banco Mundial também pediu que a sociedade internacional e os governos nos países em desenvolvimento tomassem medidas de imediato contra as doenças não-transmissíveis.7 No entanto, há evidência de que mais do que 80% das doenças cardíacas precoces, AVCs e diabetes tipo 2, assim como 40% dos casos de câncer podem ser evitados, se for adotado um estilo de vida saudável, encorajado pela implementação de uma política pública inteligente.4

Apesar desses fatos, as agências de ajuda internacional e de desenvolvimento são “falhas” em relação à prevenção e ao controle de doenças crônicas não-transmissíveis. Estão, de fato, ausentes em termos de proporcionar assistência técnica aos países em desenvolvimento nesta área. O maior fardo de óbitos e invalidez evitáveis, tanto nos países ricos como nos pobres, está sendo causado pelas mesmas condições que estão recebendo menos apoio de desenvolvimento. Dos US$ 20.6 bilhões de assistência oficial de desenvolvimento proporcionados em 2006 pelos 24 países da OCDE/CAD e pela União Europeia, apenas US$ 0,1 bilhão foi destinado à nutrição básica e não houve investimento específico na prevenção e controle de doenças crônicas nãotransmissíveis.8

As últimas pesquisas – documentando o elo de ligação entre as doenças transmissíveis e as não-transmissíveis

Na Conferência, peritos em saúde pública e instituições de pesquisa de renome apresentarão novos conhecimentos e discutirão modos de futuramente lidar com a ligação entre as doenças transmissíveis e as doenças não-transmissíveis, agora consideradas um dos principais desafios da saúde pública do mundo.

Análises sistemáticas recentes documentam que as doenças transmissíveis e as doenças não-transmissíveis têm um efeito mútuo, uma sobre a outra, em uma espiral negativa. O diabetes mais do que triplica o risco de contrair tuberculose.9 No topo de tudo isso, a má-nutrição e as infeções durante a gestação causam um baixo peso de nascimento, o que paradoxalmente, é associado a um alto risco de desenvolver a síndrome metabólica, incluindo o diabetes no filho. A situação é agravada ainda mais pelo fato de os riscos aos quais as mulheres e seus filhos são expostos durante a gestação aumentarem muitas vezes se a gravidez estiver associada ao diabetes – e pelo fato de um filho de uma mulher com diabetes ter um risco oito vezes mais elevado de ele próprio desenvolver o diabetes.10

“A Conferência oferece uma janela de oportunidades únicas para os governos, doadores, planejadores políticos e peritos de saúde pública lidarem com o fardo da doença dupla e alvejarem tanto as doenças transmissíveis como as doenças não-transmissíveis e desenvolver estratégias comuns para a detecção, prevenção e gerenciamento das doenças, utilizando a mesma infra-estrutura e capacidade de cuidados da saúde,” explica o Dr. Anil Kapur, Diretor-Geral da Fundação Mundial de Diabetes. “Se esta oportunidade não for aproveitada pela comunidade de doadores, pelos governos locais e outros parceiros relevantes, o atual progresso em relação às Metas de Desenvolvimento do Milênio internacionalmente aprovadas será subvertido e os países terão que encarar custos insuportáveis em suas economias e sistemas de saúde”, explica o Dr. Kapur.

Além do Governo Brasileiro, da Organização Pan-Americana da Saúde e da Fundação Mundial de Diabetes, a Conferência de Salvador, Bahia, é apoiada por uma larga gama de organizações, nomeadamente a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Banco Mundial, Asociación Latino Americana de Diabetes (ALAD), Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD), Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD); Associação de Diabetes Juvenil (ADJ);Sociedad Cubana de Diabetes, Instituto Nacional de Endocrinologia & Ministério da Saúde, Cuba, o Caribbean Food and Nutrition Institute (CFNI),o Programa Ibero-Americano para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (CYTED) e a Fundación para la Diabetes, Espanha

Notas para o editor


Fundação Mundial de Diabetes

A Fundação Mundial de Diabetes (WDF) foi estabelecida em 2002 através da doação de 1,2 bilhão de coroas dinamarquesas (US$ 255 milhões) a serem alocadas durante um período de 17 anos pela Novo Nordisk A/S como parte da responsabilidade social corporativa da empresa.

A Fundação Mundial de Diabetes dedica-se a apoiar a prevenção e o tratamento do diabetes no mundo em desenvolvimento e tem por objetivo educar e praticar advocacy globalmente no sentido de criar conscientização, cuidados e alívio para aqueles atingidos pela doença.

Durante os seus oito anos de existência, a Fundação estabeleceu parcerias em projetos e colaboração com organizações tais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para a África (AFRO), o Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para o Sudeste Asiático (SEARO), a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a Agência Dinamarquesa de Assistência ao Desenvolvimento Internacional (Danida), o Banco Mundial, o Escritório das Nações Unidas para Parcerias Internacionais; várias organizações não-governamentais (ONGs) incluindo a DanChurchAid. Adicionalmente, a Fundação Mundial de Diabetes entra em parcerias com os ministérios da saúde locais nos países em desenvolvimento, assim como com as associações locais de diabetes.

A Fundação está registrada como uma entidade independente e legal, dirigida por um Conselho de Administração de seis peritos na área do diabetes, acesso à saúde e assistência ao desenvolvimento.

Desde a sua constituição até esta data, a Fundação Mundial de Diabetes financiou 236 projetos em 90 países, focalizando na conscientização sobre o diabetes, educação e capacitação aos níveis local, regional e global. O valor do financiamento dos atuais projetos é de US$ 223,7 milhões, dos quais a Fundação contribuiu com cerca de US$ 76,6 milhões.

Os projetos financiados pela Fundação Mundial de Diabetes influenciarão diretamente o tratamento do diabetes, assim como os esforços de divulgação e conscientização de um potencial de 75,9 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. Favor acessar: www.worlddiabetesfoundation.org


*Metas de Desenvolvimento do Milênio

As Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDMs) são oito objetivos a serem atingidos em 2015, para encarar os principais desafios de desenvolvimento do mundo.

As MDMs foram extraídas das ações e objetivos contidos na Declaração do Milênio que foi adotada por 189 nações e assinada por 147 chefes de estado e governos durante a Cúpula do Milênio da ONU em setembro de 2000. Há oito MDMs (ver abaixo), mas as metas de número 3, 4, 5, 6 e 8 são as medidas incorporadas especificamente para lidar com as doenças não-transmissíveis nos países em desenvolvimento.

Meta 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome
Meta 2: Atingir o ensino primário universal
Meta 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Meta 4: Reduzir a mortalidade infantil
Meta 5: Melhorar a saúde materna
Meta 6: Combater o HIV/Aids, malária e outras doenças
Meta 7: Garantir a sustentabilidade ambiental
Meta 8: Estabelecer uma parceria global para o desenvolvimento

Para maiores informações, favor contatar:

Sr. Jamal Butt
Gerente de Comunicação
Fundação Mundial de Diabetes
Fone: + 45 30 75 47 36
Fax: + 45 44 44 47 52
E-mail: jmbu@worlddiabetesfoundation.org
Site: www.worlddiabetesfoundation.org

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