Público poderá conferir mostra junto com a fotógrafa no dia 4 de julho, às 16h.
A fotógrafa Maureen Bisilliat fará uma visita guiada no último dia de sua exposição, domingo, 4 de julho, às 16h. A mostra Maureen Bisilliat: fotografias, em cartaz na Galeria de Arte do SESI-SP desde 2 de março, é sucesso de público, com cerca de 30 mil visitantes até agora. Compõem a exposição mais de 200 imagens selecionadas pela própria fotógrafa, com a colaboração dos curadores do Instituto Moreira Salles – onde está abrigado o seu acervo.
O público paulistano poderá conferir até este fim de semana os ensaios mais importantes da carreira da fotógrafa, como Pele Preta, composto por fotografias feitas quando Maureen, ainda estudante, frequentava ateliês de modelo vivo; e Chorinho Doce, com fotografias feitas em grande parte no Vale do Jequitinhonha e inspiradas nos poemas de Adélia Prado.
Outros capítulos que compõem esta exposição também tiveram começo nas obras de um autor. Ao longo de sua profissão, Maureen Bisilliat produziu equivalências fotográficas sobre os universos de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha.
Além das referências literárias, a mostra sintetiza situações vividas ao longo da carreira de Maureen, seja nas viagens ao Japão, África e Bolívia, seja durante os anos de glória no fotojornalismo, com os ensaios Caranguejeiras, Mangueira, e China.
Na série dedicada ao Xingu, os visitantes da mostra podem ver uma canoa, com seis metros de comprimento, produzida de acordo com a tradição indígena. Além disso, durante toda a mostra, haverá a projeção de Xingu/Terra, documentário feito na década de 1980 por Maureen Bisilliat e Lúcio Kodato, rodado na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu.
O objetivo da exposição é realizar uma leitura simultânea entre a produção fotográfica e a produção editorial de Maureen Bisilliat, revelando tanto a fotógrafa como a editora de imagens e textos reunidos nas diversas publicações que produziu. Por isso, há na mostra um espaço dedicado ao processo gráfico e de concepção intelectual de Maureen, reunindo, além das suas publicações, grande parte do material que serviu de base para sua criação: correspondências com Jorge Amado, conversas com Guimarães Rosa, recortes de jornais, provas de gráfica e fotografias.
É inédita a sala voltada à variada produção artística da fotógrafa, marcada principalmente após a década de 1970, com referências à extinta galeria O Bode, dedicada à divulgação da arte popular brasileira; ao seu trabalho como curadora no Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina; e à sua atuação em projetos sociais ligados à produção audiovisual, em parceria com a filha Sophia Bisilliat.
Sobre a fotógrafa
Sheila Maureen Bisilliat nasceu em Englefieldgreen, Surrey, Inglaterra, em 1931. Estudou pintura com André Lothe em Paris (1955) e no Art Students League em Nova York (1957) antes de se fixar definitivamente no Brasil em 1957, na cidade de São Paulo. Trabalhou para a Editora Abril entre 1964 e 1972, fotografando para várias publicações, das quais destaca-se a revista Realidade.
É autora de livros de fotografia inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, como A João Guimarães Rosa, em 1966; Sertões – Luz e trevas, de 1983, baseado no clássico de Euclides da Cunha (1866-1909); O cão sem plumas, de 1984, referenciado no poema de mesmo título de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), e Bahia amada amado, de 1996, com seleção de textos de Jorge Amado (1912-2001).
Em 1985, expõe em sala especial na 18ª Bienal Internacional de São Paulo um ensaio fotográfico inspirado no livro O turista aprendiz, de Mário de Andrade (1893-1945). Ela produziu, ainda, Xingu – Território tribal (1979) e Terras do rio São Francisco (1985). A partir da década de 1980, dedicou-se ao trabalho em vídeo, com destaque para Xingu/terra, documentário de longa-metragem rodado com Lúcio Kodato na aldeia mehinaku, no Alto Xingu.
Recebeu bolsa da John Simon Guggenheim Foundation, Estados Unidos (1970), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1981/1987), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (1984/1987) e da Japan Foundation (1987). Formou o acervo de arte popular do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, São Paulo, o qual dirige desde 1988. Ela obteve o prêmio de Melhor Fotógrafo da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo (1987).
Em dezembro de 2003, sua obra fotográfica completa, composta por cerca de 16 mil imagens - fotografias, negativos preto e branco e cromos coloridos, nos formatos 35 mm e 6 x 6 cm - foi incorporada ao acervo fotográfico do Instituto Moreira Salles.
SERVIÇO:
Exposição Maureen Bisilliat: fotografias
Local: Galeria de Arte do SESI-SP - Av. Paulista, 1313 – metrô Trianon-Masp
Exposição: de 2 de março a 4 de julho de 2010
Vista guiada em 4 de julho, às 16h
Horários de visitação: segunda-feira, das 11h às 20h; de terça-feira a sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 19h.
Informações: (11) 3146-7405 / 3146-7406 / www.sesisp.org.br/centrocultural
Entrada: franca
Agendamento de grupos: (11) 3146-7396 – de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e das 14h às 17h.
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