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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Máscara e cuidados da pele: Dermatologista dá dicas de como prevenir doenças


A máscara já virou acessório indispensável nas nossas vidas e não temos ideia de até quando seguiremos com essa obrigatoriedade de uso. Mas, se por um lado ela nos protege de um vírus tão perigoso, pelo outro, ela pode provocar (ou potencializar) algumas doenças na pele do rosto e lábios, principalmente para quem faz uso prolongado do equipamento de proteção.

Entre os problemas mais comuns que o uso excessivo da máscara pode causar, estão: acne, dermatite e ressecamento com rachaduras e descamação, bem comuns nos lábios. Para minimizar esses incômodos, a Dermatologista Nádia Bavoso reuniu algumas dicas práticas que podem - e devem - ser seguidas por mulheres e homens: 

Lave sempre o rosto com um sabonete suave e próprio para o seu tipo de pele e evite água mais quente. Se você tem dificuldade em lavar com água fria, opte por uma temperatura pouco acima da ambiente. Quanto mais quente a água, mais ela agride a pele que já está mais sensível; 

Hidrate muito bem o rosto e lábios pela manhã e antes de dormir. Se você já voltou à rotina de trabalho e passa o dia com a máscara, vale carregar um hidratante e reforçar ao longo do dia. Os lábios merecem uma atenção especial e pedem uma hidratação contínua ao longo do dia. Já para o rosto, uma dica: logo depois de escovar os dentes após almoço, lave o rosto só com água e já hidrate o rosto todo. Como a maioria dos homens não é muito fã de cremes, minha sugestão é investir em algo bem clássico, que absorve rápido e sem muita fragrância. As drogarias estão cheias de opções masculinas interessantes e com valor super acessível; 

Evite usar maquiagem na região que a máscara cobre, quanto menos produtos que impedem a respirabilidade da pele, melhor. Aposte em um corretivo e use e abuse das makes nos olhos; 

Não esqueça do protetor solar. Esse item é indispensável sempre e não seria diferente mesmo com as máscaras. O mercado tem uma infinidade de opções atualmente. Minha sugestão é usar um à base de água para aproveitar e já hidratar a pele. Ah!, e para as mulheres que gostam de se maquiar, vale a pena investir em um protetor com cor que não faz mal para a pele como uma base; 

Por último e não menos importante: prefira máscaras de algodão ou de tecidos que não abafem mais o local. Temos visto muitas máscaras diferentes e até com paetês e brilhos, mas não recomendo o uso desses tecidos por muitas horas, podem podem irritar ainda mais a pele. Se você quer combinar a máscara com o look, uma saída é usar a mais suave ao ao longo do dia e deixar a mais fashion para ocasiões especiais; 

Se mesmo com todos esses cuidados você perceber o surgimento de irritações, espinhas ou vermelhidão, procure um médico imediatamente. Quanto mais atrito da máscara na pele machucada, pior. E quanto antes as doenças forem identificadas, mais rápida a recuperação.

Sobre Dra. Nádia Bavoso

Dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem mestrado pela mesma instituição e faz parte do corpo docente da UNIFENAS (BH). É sócia da Clínica Eveline Bartels, uma das mais conceituadas em medicina estética de Belo Horizonte.


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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Como é a Vida Após Cirurgia de Prótese de Joelho?

Passar por uma cirurgia de colocação de prótese de joelho e voltar às atividades físicas é possível? Como fazer?


Dr. Samuel Lopes, Especialista Em Cirurgias Do Joelho E Traumas Do Esporte,  explica o Procedimento Pós Cirúrgico e dá Algumas Orientações.

A colocação de uma prótese de joelho é um procedimento realizado naqueles pacientes com artrose severa, seja porque é uma artrose muito avançada ou porque ela impacta muito a qualidade de vida do paciente, gerando muita dor. E nesse caso, a melhor solução é a colocação dessa prótese, ou seja, a substituição da articulação por um componente metálico que vai permitir um deslizar normal e indolor daquela articulação, permitido a movimentação, a caminhada, na maioria das vezes interrompida por causa da dor, bem como à volta das atividades do dia a dia.

Segue abaixo as orientações do Dr. Samuel Lopes, Especialista Em Cirurgias Do Joelho E Traumas Do Esporte para que você consiga ter uma vida normal pós cirurgia.

“Todo paciente que passa por um procedimento cirúrgico de colocação da prótese, tem que vencer uma série de etapas até que ele tenha uma boa recuperação. E durante esse processo de reabilitação, a fisioterapia é essencial; uma boa fisioterapia que ajude no controle da dor, na melhora da movimentação, na mobilidade do joelho e também para colocar esse paciente ativo, andando e fazendo as suas atividades normalmente, além da capacidade de assentar, de movimentar, de sentar, ou seja, fazer tudo o que ele fazia antes”.

Durante esse processo é fundamental que o fisioterapeuta trabalhe adequadamente a mobilidade, o equilíbrio, a força e a postura, de maneira que esse paciente consiga evoluir e preparar-se para as atividades.

Voltando aos Exercícios

É claro que depois de encerrado o processo de reabilitação, esse paciente não volta ao estado de repouso, de parar com as atividades, pelo contrário, é fundamental que ele continue a se exercitar, que ele faça alguma atividade física regular orientada, seja pelo fisioterapeuta ou pelo educador físico. Nesse caso pode ser qualquer atividade de sua escolha; pode ser pilates, caminhadas, musculação, desde que ele trabalhe esses pontos de força e equilíbrio.

Quanto tempo demora a recuperação?

Segundo o Dr. Samuel Lopes, podemos falar “Em uma média de 4 a 6 meses, que é o tempo médio para uma recuperação bem feita e satisfatória, mas é claro que depois a gente tem que entregar esse paciente para sua vida, afinal de contas ele operou para ficar sem dor, mas para melhorar também a sua liberdade e a sua qualidade de vida”.

Um ponto fundamental é continuar praticando atividade física. E, principalmente em se tratando do idoso, o exercício tem que ser regular, a musculatura tem que continuar a ser bem trabalhada e a gente tem que entender que tipo de atividade essa pessoa gosta de praticar e quais as melhores condições para a prática dessa atividade, com as devidas orientações e cuidados necessários para prática segura.

Ainda sobre o processo de recuperação, o Dr. Samuel Lopes continua: -“Quando a gente fala de reabilitação, um ponto é fundamental é o acompanhamento, que deve ser multidisciplinar. Então, o ortopedista, especialista em joelho, vai conduzir, mas o fisioterapeuta acompanha durante todo o processo e o educador físico também faz as suas intervenções e orientação para atividade.”

Agora para os esportistas que precisaram passar por uma prótese de joelho, a boa notícia é que, depois de avaliado e liberado pelo médico, é possível, voltar a fazer atividades físicas. Mas sem exageros! Os exercícios devem ser feitos de forma comedida. As atividades de alto impacto precisam ser evitadas para diminuir o risco de quedas e desgaste acelerado da prótese.

Entretanto, no geral os exercícios mais recomendados são:

  • Bicicleta estacionária
  • Natação
  • Golfe
  • Caminhada
  • Yoga
  • Tênis em dupla

É muito importante ter em mente que a prática de exercícios no período pós-operatório de prótese no joelho não deve visar o retorno ao esporte, mas, sim, o alívio da dor e correção de deformidades.

Alguns estudos afirmam que a volta aos esportes inclui melhoria significativa dos casos de dor, ganho de equilíbrio e força muscular, arco de movimento completo do joelho e otimização do pós-operatório.

Então, é isso. Se você tem ou terá uma prótese no joelho e quer retornar às atividades físicas, converse com seu cirurgião para que ele possa, junto com fisioterapeuta e educador físico, desenvolver o melhor cronograma de treinos para você.

O Dr. Samuel Lopes alerta sobre a necessidade de entender que cada caso é um caso e que existe a particularidade e a individualidade de cada paciente, que devem ser respeitadas, bem como o alinhamento das expectativas e dos objetivos, sempre para o bem do paciente.

Dr. Samuel Lopes

Dr. Samuel Lopes é Médico, especialista em trauma do esporte. Membro efetivo da sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte.

Chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Juiz de Fora – MG.
Reabilitação -Tratamento – Ortopedia – Medicina Esportiva – Saúde
Site: www.drsamuellopes.com.br
Instagram:@ drsamuellopes
Canal Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCjyIdBIYxiFKYzGsm8wdbEga






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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Número de Blefaroplastias cresce 50% com a Pandemia



Quantidade de cirurgias plásticas aumentou 30% nos últimos meses com isolamento social


Em 2018 foram registradas mais de 1 milhão 498 mil cirurgias plásticas no Brasil e mais de 969 mil procedimentos estéticos não-cirúrgicos, tornando o país o lugar onde se realiza mais intervenções estéticas em todo o mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Os dados também apontaram um aumento do número de pessoas entre 36 e 50 anos que fizerem plástica, correspondendo a 36,3% do total.

Neste ano, desde o início da Pandemia, o número de plásticas cresceu 30%. O fato de as pessoas terem que ficar em casa e usar máscara acabou colocando os olhos em evidência, o que estimulou muitas pessoas a fazerem cirurgias na região dos olhos e nariz. O número de blefaroplastias, - remoção do excesso de pele nas pálpebras -, aumentou 50% nos últimos meses, sendo a cirurgia mais procurada”, revela Dr. Rogério Leal, cirurgião oculoplástico, especialista em Cirurgia Estética e Reparadora das Pálpebras.

Segundo o médico, a possibilidade de combinar a cirurgia com aplicações de Botox e laser e com preenchimentos com ácido hialurônico para potencializar os resultados da intervenção vem fazendo com que as pessoas optem cada vez mais por essa associação. “Não gastar dinheiro com passeios ou viagens e poder ficar em casa, isolado, para se recuperar, fez com que muitas pessoas antecipassem a decisão de fazer uma plástica. Elas aproveitaram o momento para investir na autoestima e na possibilidade de estarem renovadas quando a Pandemia acabar”, explica o especialista.

A exposição nas redes sociais também vem contribuindo muito para o aquecimento do setor. Com o excesso de “modelos” que são referência nas redes sociais, o número de mulheres mais jovens que procuram um cirurgião vem aumentando. Elas sabem exatamente o que querem fazer e já vem para o consultório munidas de informações sobre a cirurgia. “O grau de exigência dessas pacientes é muito alto, por isso é importante que o cirurgião oriente a paciente sobre todas as possibilidades, deixando claro sobre o que pode ou não ser feito para que ela fique satisfeito com cirurgia”, alerta o médico.

“Muitas vezes a paciente quer fazer uma mudança radical e, nesses casos, é importante que ela consulte um especialista. Somente esse profissional tem capacidade de orientá-la sobre até que ponto é possível fazer essa mudança para que resultado fique natural e ela consiga se reconhecer no espelho”, finaliza.

SOBRE O DR. ROBERTO LEAL

Médico cirurgião plástico ocular Dr. Rogério Leal, especialista em Cirurgia Estética e Reparadora das Pálpebras, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular e da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, realizando desde cirurgia plástica das pálpebras até tratamentos faciais a laser e peelings químicos.

Formado pela Universidade Federal do Paraná em 1996, mudou-se para São Paulo, onde concluiu sua formação em instituições respeitadas como o Hospital Brigadeiro e o IOTC, além do Detroit Medical Center, nos Estados Unidos.

Médico cirurgião plástico ocular Dr. Rogério Leal, especialista em Cirurgia Estética e Reparadora das Pálpebras, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular e da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face, realizando desde cirurgia plástica das pálpebras até tratamentos faciais a laser e peelings químicos.

Formado pela Universidade Federal do Paraná em 1996, mudou-se para São Paulo, onde concluiu sua formação em instituições respeitadas como o Hospital Brigadeiro e o IOTC, além do Detroit Medical Center, nos Estados Unidos.

É professor assistente do Protocolo de Peelings Químicos Palpebrais do Serviço de Cirurgia Plástica Ocular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Em alguns casos, para obter melhores resultados, o especialista associa cirurgia com outros procedimentos como elevação das sobrancelhas, peelings químicos, laser, preenchimentos com ácido hialurônico e transposição de gordura do próprio paciente.

Após concluir sua formação em Cirurgia Plástica Ocular, seu grande mestre, Dr. Tadeu Cvintal, o encaminhou para realizar um estágio com o renomado cirurgião plástico Dr. Pedro Vital Neto, no Hospital Albert Einstein.

Atualmente, realiza cirurgias nos Hospitais Santa Catarina e Albert Einstein, em São Paulo, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, e no Hospital Union, em Curitiba.

www.rogerioleal.com.br
www.portaldablefaroplastia.com.br
www.youtube.com/channel/UCEG4X79Ytedp4bbSSuVWW2g
Instagram: drrogerioleal
ww.facebook.com/rogerio.lealsantos.7
consulta@rogerioleal.com
Contato: 11 97222-6161


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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

As incertezas jurídicas causadas pelo trabalho híbrido na pós-pandemia

Bruno Régis é advogado trabalhista
 e sócio do escritório
Urbano Vitalino Advogados
A pandemia do novo coronavírus causará grande impacto nas relações trabalhistas nos próximos anos. Em março, de um dia para o outro, milhões de profissionais foram deslocados de seus postos nas respectivas empresas para o sistema de home office. A realocação, no início, era solução emergencial. Mas, com a economia retornando à normalidade de forma gradativa, muitas empresas estão vislumbrando uma alternativa permanente o trabalho em home office. Em outras ocasiões, há a possibilidade do regime híbrido, com os colaboradores dividindo suas jornadas em encontros presenciais na empresa e outros dias em casa.

Esta situação, no entanto, exige cautela por parte das empresas, uma vez que esse tipo de sistema de trabalho não é regulamentado pela atual legislação. Ainda não há nenhuma decisão do Judiciário sobre o tema, o que aumenta a incerteza sobre esse tipo de modelo de trabalho. A empresas precisarão encontrar maneiras de se resguardar. E o primeiro ponto neste sentido é anuência do trabalhador em relação ao regime a ser adotado, seja individual – o que ainda assim traz algum risco ao empregador – ou por meio de negociação coletiva, onde haverá uma maior segurança jurídica quanto à adoção desse modelo híbrido.

O regime híbrido deverá fazer parte do “novo normal”, e as empresas terão de começar a impor limites em relação às jornadas de trabalho. É o que já acontece, por exemplo, com gerentes ou mesmos trabalhadores de nível mais operacional, que têm seus e-mails e linhas telefônicas desabilitados nos horários de folga e nas férias. Por isso, o ideal é que as empresas ajam com bom senso. Se o trabalhador concorda, e se para ele é vantajoso manter o regime híbrido, a gente tem dito que a empresa faça isso com cautela, sempre com a anuência do colaborador.

Estudos já mostram que o novo formato de trabalho deve ser permanente. Uma pesquisa realizada pela empresa Robert Half em julho com 620 profissionais brasileiros aponta que 61% dos entrevistados não aceitariam proposta que não incluísse o home office, seja de forma parcial ou total. O trabalho em modalidade híbrida tende a ganhar maior adesão, em razão das vantagens financeiras que oferece ao empregador e da maior qualidade de vida que proporciona ao empregado. O regime híbrido, cedo ou tarde, terá de ser regulamentado. E, nele, a empresa não pode querer ter as vantagens do regime 100% remoto, já regulamentado pela CLT e que prevê, por exemplo, a não necessidade de submissão desses trabalhadores a um controle de suas jornadas de trabalho.

Os empregadores que optarem por adotar o chamado regime híbrido precisam mantenham o controle das horas trabalhadas pelos colaboradores inclusive nos dias de home office. Mesmo sendo híbrido o regime quanto a forma e o local em que o trabalho é executado, é aconselhável uniformizar as regras referentes ao controle de jornada. Nesse sentido, até que sobrevenha algum tipo regulamentação desse regime diferenciado, a orientação é controlar. Do contrário, as empresas que optarem por aplicar a exceção do controle de jornada nos dias de teletrabalho, estarão sujeitas a um grande passivo de horas extras pleiteáveis perante a Justiça do Trabalho.

Outro ponto que merece especial atenção por parte dos empregadores, neste caso incluindo os que optarem pelo regime de trabalho em home office durante 100% do tempo, é a ergonomia. É um aspecto que pesa muito. No estabelecimento empresarial, você consegue proporcionar um ambiente de trabalho adequado às regras ergonômicas vigentes, o que naturalmente não se aplica no modelo home office. É evidente que o melhor cenário seria a empresa ir até a casa do trabalhador, disponibilizar mesa, cadeira, iluminação adequada, etc. Na prática, contudo, é algo muito difícil – senão impossível – de ser implementado.

Há também a preocupação com eventuais acidentes laborais. Isso porque as atividades corriqueiras que podem apresentar riscos não seriam realizadas pelos profissionais em um ambiente de trabalho. Há quem defenda, e na minha opinião com bastante razoabilidade, que se a atividade for tipicamente doméstica (subir na escada para trocar uma lâmpada, esquentar água no fogão, etc.), o infortúnio não se caracterizaria como acidente de trabalho. Mas, por outro lado, se o trabalhador desenvolve, por exemplo, alguma doença osteomuscular, pode-se entender pela existência de nexo de causalidade entre o seu surgimento e a falta de um ambiente laboral ergonomicamente adequado.


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A ressignificação do luto e da morte com a pandemia de Covid-19


*Por Padre Sérgio Baldin Júnior


A pandemia de Covid-19 promoveu transformações significativas em nossas relações sociais no trabalho, na família, na escola, entre outros espaços. Seus impactos chegaram até mesmo à forma como lidamos com o luto e a perda provocada por esta grave crise. As exigências sanitárias de isolamento social e quarentena impediram que as famílias que lidaram com a morte nesse período pudessem adotar os ritos e protocolos comuns até então. A celebração de Finados em 2020 torna-se, portanto, um momento de aceitar a ressignificação desse tema para os próximos anos.

Desde a chamada Gripe Espanhola no início do século 20, o mundo não encarava uma crise sanitária tão grave e global como esta. No fim de setembro, com sete meses de pandemia, eram mais de 1 milhão de mortos em todos os continentes. Apenas no Brasil, um país que só agora registra queda no número de óbitos, foram mais de 150 mil vítimas até meados de outubro. Mais de 150 mil famílias que não puderam se despedir de seus entes queridos, uma vez que as restrições chegaram aos velórios, com horário reduzido, limitação de número de pessoas e caixão lacrado.

O luto está envolvido em uma cerimônia social de passagem e despedida. Há valor simbólico grande e aspecto psicológico fundamental para a retomada do sentido da vida e para a superação da ausência. Uma pessoa partiu, mas permanecemos solidários uns aos outros graças a esse sentimento. Contudo, como em outros momentos trágicos da história recente da civilização, essas marcas deixarão memória profunda nas narrativas sociais e familiares. Na maioria das vezes são parecidas com a sensação de que algo não foi finalizado, de certa incompletude que precisa ser satisfeita.

Isso pode ocasionar perda de sensibilidade com relação à morte e todo o simbolismo que ela traz consigo. Tal situação já estava em curso na sociedade contemporânea com a mudança de estilo de vida, mas pode ser potencializada a partir da pandemia de Covid-19. Entretanto, pode levar a um impacto inesperadamente positivo: a crença de que o ser humano é invencível e a noção de morte como algo distante da realidade de muitas pessoas (já que vivenciaram poucas experiências de luto) podem dar lugar a uma mudança no sentido que cada um dá a sua vida, graças à proximidade e à evidência da fragilidade humana.

As mudanças na forma dos velórios e enterros são os principais pontos que reforçam essa significação. Do ponto de vista antropológico e cultural, trata-se de ritualidade cheia de sentido e significado, religioso ou não, que permite a elaboração do luto de maneira mais afetiva e efetiva. Agora, com o avanço do número de mortes pela Covid-19, percebe-se uma tentativa de racionalização do processo de morte, uma cujas vítimas não puderam sequer ser vistas. É uma ressignificação em um primeiro momento, mas pode levar a um prolongamento psicológico do processo de luto.

Assunto ainda tabu na sociedade, ficou claro nos últimos meses que a morte faz parte da vida, estejamos preparados ou não. Na ausência do velório e dos demais ritos que tradicionalmente utilizamos para nossos mortos, é preciso criar outras formas de despedida coletiva que envolvam a memória da pessoa falecida e que possam amenizar esse luto que precisa ser elaborado internamente. Só assim estamos prontos para aceitar a situação e encontrar forças para seguir em frente com os desafios e perigos que surgem continuamente em nossa frente.

* Padre Sérgio Baldin Júnior é Coordenador do Curso de Filosofia e Coordenador de Missão Institucional do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL.

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domingo, 1 de novembro de 2020

Mitos e verdades sobre o mau hálito

Hospital Paulista alerta para o diagnóstico e tratamento do problema, que gera incômodo e constrangimento






Conhecida também como mau hálito, a halitose ainda está cercada de dúvidas e preconceitos. De acordo com a Associação Brasileira de Halitose (ABHA), 32% dos brasileiros sofrem do problema, que vai muito além de um mau odor. A halitose pode levar a quadros de depressão, ansiedade, dificuldade em relacionar-se e insegurança. No entanto, a maior parte dos pacientes tem receio em procurar atendimento, ou por vergonha ou por achar que não há solução.

Entretanto, há tratamento para o mau hálito. Para esclarecer as principais dúvidas relacionadas ao assunto, a otorrinolaringologista do Hospital Paulista Lígia Maeda, especialista no tema, elaborou uma série de mitos e verdades envolvendo o problema.

As causas da halitose estão sempre relacionadas à boca - MITO

A halitose, em sua maior parte, tem causa multifatorial. A cavidade oral é responsável por 90% dos casos, mas ela também pode ter origem nasossinusal ou gastrointestinal. Estresse, dietas restritivas e mudanças hormonais ainda são fatores agravantes do quadro.

É possível desenvolver mau hálito mesmo com uma boa higiene bucal - VERDADE

É possível ter halitose mesmo com uma higiene adequada de toda a cavidade oral. Podemos citar como exemplo os quadros de rinite, rinossinusite aguda ou crônica, amigdalite, xerostomia, gastrite e doença do refluxo gastro esofágico dentre as doenças que podem gerar mau hálito mesmo em indivíduos que praticam correta higiene da boca.

Só há um tratamento possível contra a halitose – MITO

Os tratamentos são individualizados e direcionados à causa. Na maior parte dos casos, são realizados tratamentos contínuos e sempre com acompanhamento multidisciplinar para garantir que todas as possíveis causas do problema sejam corretamente diagnosticadas e tratadas.

Não existe exame destinado a diagnosticar a halitose – MITO

Hoje em dia, o exame mais moderno para identificar e quantificar a halitose é o Oral Chroma. O aparelho é capaz de medir os três principais gases causadores do mau hálito em apenas oito minutos. Ele auxilia no diagnóstico, tratamento e acompanhamento do problema.

Não há diferença expressiva em casos de halitose entre homens e mulheres – VERDADE

Os estudos mais recentes apontam que não há uma diferença relevante entre gêneros nos pacientes com halitose. Como o problema pode ser multidisciplinar, as causas estão associadas a diferentes doenças e, consequentemente, recebem uma série de influências.

Balas e chicletes podem resolver o problema do mau hálito – MITO

O uso moderado de balas e chicletes sem açúcar não causam nenhum prejuízo ao paciente. No entanto, eles apenas mascaram o sintoma. Não resolvem e podem levar à piora na causa da halitose se não houver o diagnóstico e o correto tratamento. Utilizar somente balas e chicletes apenas retarda a solução.

Adiar o diagnóstico e o tratamento da halitose pode ser muito prejudicial ao paciente - VERDADE

Quando a halitose tem causa orgânica, postergar seu tratamento leva ao agravamento da doença. Além disso, gera prejuízo psicossocial, como constrangimento, depressão, ansiedade e dificuldade para se relacionar.

Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial.

Em localização privilegiada, a 300 metros da estação Hospital São Paulo (linha 5-Lilás) e a 800 metros da estação Santa Cruz (linha 1-Azul/linha 5-Lilás), possui 42 leitos, UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 10 salas cirúrgicas, realizando em média, mensalmente, 500 cirurgias, 7.500 consultas no ambulatório e pronto-socorro e, aproximadamente, 1.500 exames especializados.

Referência em seu segmento e com alta resolutividade, apresenta índice de infecção hospitalar próximo a zero. Dispõe de profissionais de alta capacidade e professores-doutores, sendo catalisador de médicos diferenciados e oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.a

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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Bandeiras gigantes são estendidas no centro de Belo Horizonte




Instalação faz parte da 5a edição do Cura - Circuito Urbano de Arte


A instalação “Bandeiras na janela”, que ocupa o antigo prédio da Escola de Engenharia da UFMG, será um momento para amplificar as vozes e desejos da classe artística e dos movimentos sociais num ano em que a janela, virtual ou real, se tornou um dos poucos espaços onde pessoas do mundo todo conseguem se expressar e manifestar.

Localizado na avenida do Contorno, o prédio Álvaro da Silveira foi construído na década de 60 e abrigou parte da Escola de Engenharia da UFMG até 2010, quando foi finalizada a transferência da escola para o Campus Pampulha. Posteriormente, o imóvel foi cedido ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e, atualmente, encontra-se em obras.

“Bandeiras na janela” é uma instalação concebida pela curadoria do festival que convidou cinco artistas para reproduzirem em grande escala suas obras. São eles Denilson Baniwa (Bercelos/AM), Randolpho Lamonier (Contagem/MG), Célia Xakriabá (São João das Missões/MG), Ventura Profana (Salvador/BA) e Cólera e Alegria (diversos/Brasil).

Os trabalhos carregam em suas propostas a potência do manifesto, da crítica e do sonho.



Sobre o Cura 2020

A 5ª edição do Cura – Circuito de Arte Urbana acontece entre os dias 22 de setembro e 04 de outubro em Belo Horizonte. Desta vez, serão pintadas 04 empenas no hipercentro da cidade, que também receberá outras intervenções artísticas. Por conta da pandemia, o restante da programação acontece exclusivamente online. E ela está intensa.

Neste ano, o festival convidou duas artistas para compor a comissão curadora: Arissana Pataxó, de Coroa Vermelha - Cabrália, e Domitila de Paulo, de BH. Elas, juntamente com as criadoras do festival - Janaína Macruz, Juliana Flores e Priscila Amoni – são os nomes por trás de tudo. O festival defende a resistência através da arte e cuidado com as pessoas, afetos e natureza e decide por uma curadoria que se aprofunda em um Brasil que não é somente urbano, trazendo artistas de diversas regiões e por isso com perspectivas estéticas diversas no seu lineup de obras públicas e também na Galeria CURA. É urgente ouvir as vozes que apontam outros caminhos.

Na Rua

Diego Mouro (São Bernardo do Campo/ SP) – o selecionado da convocatória promovida pelo festival - Lídia Viber (Belo Horizonte/MG), Robinho Santana (Diadema/SP) e Daiara Tukano (São Paulo/SP) são os artistas responsáveis pelas artes nas empenas dos edifícios Almeida, Cartacho, Itamaraty e Levy respectivamente. Todas visíveis da rua Sapucaí, bairro Floresta, consolidando o Mirante CURA na rua Sapucaí com 14 murais gigantes.

Bandeiras produzidas pelos artistas Denilson Baniwa (Bercelos/AM), Randolpho Lamonier (Contagem/MG), Célia Xakriabá (São João das Missões/MG), Ventura Profana (Salvador/BA) e Cólera e Alegria (diversos/Brasil) serão instaladas no antigo prédio da Faculdade de Engenharia da UFMG. A obra também será vista do Mirante CURA.

Já os arcos do icônico Viaduto Santa Tereza recebem uma escultura inflável de Jaider Esbell (Normandia/RR).

Online – www.youtube.com/CURACircuitoUrbanodeArte

Toda a programação virtual do Cura 2020 é gratuita e acessível. Uma programação diversa, que discute a atualidade e traz nomes em destaque no cenário nacional, entre eles Preta Rara, rapper e arte-educadora, importante nome do feminismo negro brasileiro e Ailton Krenak, uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro.

28/09 - segunda-feira, 19h30


Bate Papo - Imaginar caminhos: ocupando o mercado de arte contemporânea

Convidados: Thiago Alvim e Comum, artistas e idealizadores do JUNTA; Cristiana Tejo, curadora e uma das idealizadoras do Projeto Quarantine; Micaela Cyrino, artista visual e integrante da Nacional Trovoa.

Mediação: Fabiola Rodrigues, MUNA - Mulheres Negras nas Artes

29/09 - terça-feira, às 19h30

Bate Papo - Transformando, ocupando e criando novas narrativas: os olhares de artistas, curadores e pesquisadores contra o colonialismo sobre suas produções

Convidadas: Nathalia Grilo Cipriano, pesquisadora de cultura e cosmovisões negro-africanas, editora da revista digital diCheiro; Ventura Profana, escritora, cantora, performer e artista visual; Sandra Benites, antropóloga, arte-educadora e curadora-adjunta do MASP – Museu de Arte de São Paulo.

Mediação: Luciara Ribeiro, educadora, pesquisadora e curadora independente.

30/09 - quarta-feira, às 19h30

Aulão – O hip-hop resiste

Com Preta Rara, rapper, historiadora, turbanista, e influenciadora digital.


01/10 - quinta-feira, às 19h30

Bate Papo - Arte e Vida, Arte é Vida

Covidados: Maurinho Mukumbe, ferreiro; Ibã Hunikuin (Isaías Sales), txana, mestre dos cantos na tradição do povo huni kuin e pintor. Integra o coletivo MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin; Bordadeiras do Curtume (Vale do Jequitinhonha).

Mediação: Célia Xakriaba, professora e ativista indígena


02/10 - sexta-feira, às 19h30

Aulão - A Vida não é útil

Com Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro. É considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional.


Galeria de Arte Virtual

A Galeria de Arte CURA vai funcionar no site www.cura.art durante o período do festival com mais de 30 artistas de todo o Brasil, que terão suas obras expostas e disponíveis para compra. Entre eles artistas que já participaram de outras edições do CURA ou participam desta edição como Thiago Mazza e Davi DMS (Cura 2017), Criola (Cura 2018), Luna Bastos (Cura 2019) e Diego Moura (Cura 2020) e artistas contemporâneos entre eles Heloísa Hariadne (São Paulo/SP); Mulambö (Saquarema/RJ), Alex Oliveira (Jequié/BA) e Luana Vitra (Belo Horizonte/MG).


Sobre o Cura

O Circuito Urbano de Artes completa sua quinta edição e, com esta, serão 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.

O CURA também presenteou BH com o primeiro, e até então único, Mirante de Arte Urbana do mundo. Todas as pinturas realizadas no hipercentro podem ser contempladas da Rua Sapucaí.

www.facebook.com/curafestival

www.instagram.com/cura.art

https://cura.art


PATROCÍNIO MASTER

Cemig (Lei Federal) | Beck's (Lei Estadual) | Uber (Lei Federal)



Patrocínio

Instituto Unimed (Lei Municipal)



Apoio


Patrus (Lei Federal)
Casa & Tinta
Suvinil
P7 Criativo
Realização
Pública Agência de Arte

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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Cuidado com falsas promoções para aquisição da casa própria

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Mesmo com a redução das taxas de juros dos financiamentos habitacionais, o mercado imobiliário ainda não sofreu o avanço nos negócios que se esperava. Para tentar alavancar as vendas, evitar futuros problemas econômicos e aproveitar as taxas de juros mais atraentes, construtoras têm oferecido diversos benefícios na aquisição da casa própria. No entanto, é importante ficar atento para não cair em pegadinhas.

Presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH). Vinícius Costa diz que, primeiramente, devemos destacar que a compra e venda com finalidade de aquisição da casa própria é uma operação que se enquadra dentro das regras do Código de Defesa do Consumidor. “Daí, é importante que o comprador/consumidor saiba que possui direitos que podem ser exigidos do construtor vendedor”, conta.

Segundo ele, inicialmente, tratamos da oferta, que, veiculada pelo construtor por material publicitário (encartes, folders, propaganda por televisão, rádio e outdoor), vincula a empresa ao seu cumprimento. “Ou seja, qualquer oferta atraente que implique em condição benéfica ao consumidor disponibilizada no mercado obriga o fornecedor ao seu cumprimento”, aponta.

Essa publicidade, que é a fase pré-contratual, antes da assinatura do contrato, deve ser guardada pelo consumidor e também precisa ser devidamente descrita no contrato de compra e venda firmado entre as partes. “Isso porque o contrato fará lei entre as partes. Logo, tudo aquilo que ali estiver, implicará em obrigação a ser cumprida pelo construtor. Isso vale para desconto na compra, para instalação de churrasqueiras, troca de pisos, isenção de tributos e registro do imóvel dentre outras melhorias que por ventura venham a ser ofertadas ao consumidor para compra”, completa Vinícius Costa.

Por outro lado, o presidente da ABMH diz que é importante ter muita atenção ao que chamamos de venda casada, que é o ato de condicionar a aquisição de um produto ou serviço à aquisição de outro produto ou serviço. “Não pode o construtor, por exemplo, condicionar a aquisição de um imóvel à aquisição de uma troca de piso. Receber a troca como um ‘brinde’ pela aquisição do imóvel não é venda casada, mas condicionar um ao outro, sim”, explica.

Cabe destaque ainda às promoções que possuem regulamento próprio. Antes de adquirir um imóvel para participar de uma promoção, o consumidor deverá ler com bastante atenção as condições da promoção para que não seja pego de surpresa no futuro. “Caso não entenda as condições ou as cláusulas do contrato de compra e venda, o mais importante é buscar orientação com um advogado com conhecimento na área para que não tenha dor de cabeça”, orienta Vinícius Costa.

Sobre a ABMH – Idealizada 1999 e mantida por mutuários, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) é uma entidade civil sem fins lucrativos, que presta consultoria jurídica gratuita e tem como objetivo difundir as formas de defesa de quem compra imóveis, em juízo ou fora dele, com o efetivo cumprimento dos dispositivos legais.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Debate sobre candidaturas avulsas deve ganhar corpo nas eleições de 2022

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Considerado por muitos analistas políticos como um outsider, por ter adotado um modelo de candidatura que destoou do padrão, com críticas ao tempo de TV e rádio e ao uso de recursos públicos para financiamento, o presidente Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido), voltou atrás na sua decisão de não se relacionar com as siglas para privilegiar as bancadas temáticas, com uma aproximação estratégica do chamado “Centrão”.

Segundo a deputada federal e advogada Margarete Coelho (PP/PI),esse “cavalo de pau”, como ela mesmo disse, se deve à importância dos partidos para o perfeito funcionamento do debate político nacional, algo que o presidente não havia conseguido até então, apesar de ter eleito a maior bancada temática das eleições de 2018.

“A opção inicial do presidente Jair Bolsonaro, de trabalhar com bancadas temáticas e não com as bancadas partidárias, embaralhou o jogo. Todos os problemas que a gente está vendo hoje, eu acho que são fruto dessa opção, o que mostra a importância do desenho partidário e exemplifica que, apesar de todos os problemas e defeitos, são os partidos políticos que conseguem organizar o debate nacional”, analisou Margarete durante sua participação na videoconferência ‘Candidaturas Avulsas’, do 1º Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral (Conbrade), dessa quinta-feira, 27 de agosto.

Contrária à possibilidade de candidaturas avulsas, a parlamentar também criticou a atuação das siglas nacionais. “O processo de redemocratização do país veio calcado no fortalecimento dos partidos. Mas os partidos políticos têm sido ingratos e não têm cumprido o acordo feito com o Estado, a sociedade e a democracia. O partido político se afastou de suas funções constitucionais”, afirma.

Para a deputada, a falta de democracia intrapartidária, a prática de caixa 2 nas campanhas – o que tem sido chamado de candidaturas laranja – e outros escândalos de corrupção, são exemplos de como as agremiações se tornaram “partidos de homem para homens, para dizer o mínimo”.

Ela também destaca a ausência de distinção, em que não se diferencia os programas partidários de cada sigla e não se consegue perceber a aproximação com a ideologia e o compromisso partidários no funcionamento parlamentar,. “É tudo muito para constar, mas não serão as candidaturas avulsas que resolverão esses problemas”, aponta.

A favor das candidaturas avulsas, o advogado eleitoralista, mestre em Direito Constitucional e membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB e da Abradep, Rodrigo Cyrineu, acredita que a discussão sobre essa modalidade deve se projetar com mais efetividade para as eleições de 2022, já que o processo referente às candidaturas avulsas está na iminência de ser colocado em pauta, para ser debatido e votado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). RE 1.238.853.

“A candidatura é necessidade inadiável no Brasil. Quem defende não é contra adversário ou inimigos de partidos políticos. O que se defende é uma via alternativa para que as pessoas possam colocar seu nome sem precisar da filiação partidária. Partimos do pressuposto que o direito de se candidatar, independente do partido, é um direito frente ao ordenamento jurídico e a via judicial, por se tratar de direito fundamental, é válida para a discussão”, argumenta.

Para o advogado, os opositores da modalidade de candidatura avulsa apresentam argumentos de conveniência, mas ele reconhece que o desenho institucional realmente gira em torno dos partidos políticos. “Muitos dizem como é que vai ficar o financiamento das campanhas e o tempo de TV e rádio para essas candidaturas”, exemplifica.

Ele defende, ainda, que essa nova modalidade pode auxiliar as siglas a resolver problemas como “a hipocrisia que temos no âmbito da fidelidade partidária, no sistema majoritário. De certa forma, isso é resguardado no sistema majoritário porque o candidato usa o tempo de TV e rádio e os recursos do partido, se elege, é diplomado e no outro dia pode trocar de partido. Se esse tipo de fissura sistêmica existe, e ninguém fala nada, é chegada a hora de avançarmos para a candidatura avulsa”, conclui.

Conbrade

O 1º Conbrade é uma iniciativa da Associação Mineira de Defesa dos Direitos do Advogado - Artigo Sétimo, com apoio institucional da Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). O evento terminou em  3 de setembro, com uma videoconferência sobre fake news.

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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Ator Roderick Himeros ministra curso em São Paulo

“Concertos para corpo e mídia” irá aprofundar as técnicas em videomapping e performance



O ator Roderick Himeros, que atua há mais de dez anos na companhia do Teatro Oficina, prepara para os dias 23 a 26 de setembro, no Espaço Pandega, o tão aguardado curso - Concertos para corpo e mídia: videomapping e performance", ministrado em parceria do professor de videomapping, Ivan Soares. As inscrições podem ser realizadas pelo site da Sympla e permitirão apenas cinco alunos presenciais e 35 alunos online, via transmissão ao vivo.

A antiga sala de ensaios do grupo teatral da atriz Maria Alice Vergueiro, em São Paulo, será palco para um formato inovador de curso na área das mídias digitais e da performance. Seguindo as determinações do Governo Estadual, orientações de funcionamento e protocolos, o experimento cênico e curso que visa instrumentalizar atores, performers, músicos, iluminadores, VJs, editores de vídeo, e interessados em geral nas técnicas de videomapping e vídeos interativos, utilizando sensores em tempo real para apresentações artísticas.

Durante o curso, que acontece em quatro módulos, divididos em quatro dias, Roderick irá contracenar com projetores, sensores de movimento e instrumentos vídeo-musicais em performances na fronteira entre as artes do palco e da tela. “ Atualmente, as projeções mapeadas, em que projetores lançam imagens em movimento sobre cenários, objetos cênicos e até mesmo o corpo de atores, se popularizaram e são comuns nas mais diversas artes do palco, dos shows musicais aos espetáculos de dança”, explica Himeros.

Conduzindo o experimento e ao mesmo tempo desmistificando as técnicas envolvidas através de estudos de caso, estará o professor Ivan Soares, um dos pioneiros nas técnicas de videomapping para teatro e eventos corporativos no Brasil. Para tal exploração, serão utilizados e explicados em seus detalhes o Microsoft Kinect, o software Touchdesigner e os projetores a laser e a lâmpada convencional.


Intensivo videomapping e performance: concertos para corpo e mídia
Datas: 23 a 26 de setembro de 2020
Horário: 18:30 às 22:30
Local: Espaço Pândega - Rua Barão de Campinas, 699, conjunto 3


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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Solidariedade na pandemia mobilizou colaboradores da Dr. Localiza




Campanha mobilizou colaboradores da empresa Dr. localiza



Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, mais pessoas estão desempregadas e, consequentemente, em uma situação de maior vulnerabilidade. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação passou de 11% no fim de 2019 para 12,2% no primeiro trimestre de 2020.

Segundo a divulgação feita em maio, o percentual revela que cerca de 12,9 milhões de pessoas estão desempregadas no país. Esse cenário tem se aproximado cada vez mais do cotidiano de milhares de cidadãos, trazendo à tona uma das qualidades mais nobres do ser humano: a solidariedade.

Pensando em como ajudar o próximo, Nathália Lima, 23 anos, que trabalha na área de gestão de pessoas da empresa Dr. Localiza, especialista em rastreamento de veículos, decidiu convidar sua equipe de trabalho para participar de uma gincana: a área que arrecadasse mais doações de alimentos não-perecíveis ganharia um prêmio surpresa.

No dia seguinte, foi ela quem se surpreendeu. “Achei que iam trazer coisas que já tinham em casa, mas eles chegaram com fardos que compraram no atacado. Todo mundo ficou empolgado em participar e rapidamente a nossa despensa ficou cheia”, relata. A ação ganhou apoio da diretora-geral da empresa, Patrícia Jardim, que decidiu dobrar a quantidade de cada item.

Segundo Nathália, os funcionários também levaram a campanha para as redes sociais. “Algumas pessoas enviaram contribuições por integrantes de nossas equipes e outras vieram até o nosso escritório para entregar”, finaliza.

Ao todo, 261 cestas básicas e 121 kits de higiene foram montados com as doações destinadas à Associação Osasquense de Assistência e Bem-Estar do Menor (SOABEM) - uma entidade civil beneficente sem fins lucrativos que acolhe crianças, adolescentes e pais em situação de vulnerabilidade social - e à Casa Maria Maia - instituição filantrópica localizada em Carapicuíba que atende gratuitamente pessoas carentes, portadoras de paralisia cerebral severa e doenças neurológicas.

Após as entregas, a equipe vencedora foi surpreendida pela empresa com um prêmio de R$ 1 mil, dividido entre os participantes.

Serviço:

Dr. Localiza
Site: www.drlocaliza.com.br
Facebook: @doutorlocaliza
Instagram: @doutorlocaliza


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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto (TSE) afirma que liberdade de expressão não é direito absoluto




Nos últimos anos, a liberdade de expressão ganhou grande protagonismo no Brasil e tem sido amplamente usada como justificativa para diversos tipos de manifestações públicas e opiniões proferidas, como algo que se contrapõe à censura. No entanto, embora esse conceito seja um dos princípios gerais do direito eleitoral brasileiro, a matéria, controversa em sua origem, necessita de uma análise mais apurada e baseada em normas legais, para que o excesso de subjetivismo não gere o efeito contrário, ou seja, uma democracia às avessas, como avalia o ministro e diretor da Escola do Judiciário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio Vieira de Carvalho Neto. Ele participou da videoconferência “Propaganda Eleitoral” no 1º Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral (Conbrade) nessa quinta-feira, 20 de agosto.

“A aplicação desmesurada de qualquer princípio, entre eles o da liberdade de expressão, deve ser combatida a qualquer custo. Caso contrário, estaremos diante de um embuste, que é trabalhar o Direito a partir da manipulação de ideias. Assim, a aplicação subjetiva, sem amarras teóricas, pode descambar para o mal que se pretende evitar, como a celebração do próprio autoritarismo e a erosão da espinha dorsal do conceito de estado de direito”, enfatiza.

Defensor da liberdade de expressão, como conceito de qualifica a democracia, o ministro disse, ainda que a correlação desse conceito com a propaganda eleitoral é total. “Não há como estudar liberdade de expressão em propaganda eleitoral sem abordagem da jurisprudência do TSE no trato dessa matéria. A jurisprudência coloca um limite refinado nesse princípio visto que o constituinte brasileiro não concedeu liberdade de expressão como direito absoluto. Trata-se de um direito suscetível de restrição pelos poderes judiciário e legislativo”, pontua.

Nesse sentido, não há espaço para o vale tudo da propaganda eleitoral, um tema que tem merecido a atenção constante do TSE, para não comprometer a igualdade de oportunidade dos candidatos que disputam o pleito e evitar ocorrência de abusos de poder econômico e político que possam comprometer o resultado do pleito. “O TSE tem entendido que fatos ocorridos na mídia eletrônica têm alcance inegavelmente menor se comparados com rádio e TV. Já o discurso de ódio se apresenta como um dos grandes exemplos de limitação total da liberdade de expressão. Além dos dispositivos constitucionais, leis, resoluções e regras de comportamento, o Brasil, como signatário do Pacto de São José da Costa Rica, também deve condenar a propaganda a favor da guerra, apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência”, ressalta.

Direito à propaganda

Em sua fala, a advogada eleitoralista e membro fundadora do coletivo ‘Mais Mulheres no Direito’ e membro do coletivo ‘Advogadas do Brasil’, Isabel Mota, explica que a propaganda eleitoral é direito e oportunidade para que os eleitores possam conhecer os candidatos aos cargos eletivos. Mesmo assim, ela critica o impulsionamento de conteúdo digital, já que segmenta esse material de acordo com a preferência do indivíduo.

A advogada afirma, ainda, que a judicialização excessiva pode comprometer a estratégia de campanha do candidato. “Mesmo que a justiça seja ágil, a resposta não é rápida o suficiente. Resolver questões relativas a propaganda digital pela via judicial pode gerar grande frustração. É preciso estar atento aos conteúdos, já que a campanha é célere. A gestão da campanha tem movimento estratégico. Com representações para retirar conteúdos da rede, mesmo que isso aconteça, é preciso fazer um exame se tal ação vai gerar mais benefício ou desgaste para a candidatura”, destaca.

Conbrade

O 1º Conbrade é uma iniciativa da Associação Mineira de Defesa dos Direitos do Advogado - Artigo Sétimo, com apoio institucional da Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

As videoconferências são transmitidas ao vivo, sempre às terças e quintas-feiras, a partir das 19 horas. Para conferir, basta cadastrar-se no site www.conbrade.com.br, como participante. O acesso é gratuito. A programação vai até 3 de setembro, com um debate sobre fake news.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Estudos sobre complicações cardiológicas causadas pela Covid-19 indicam necessidade de monitoramento


Hospital & Clínica de São Gonçalo começa programa de teleatendimento para informar e rastrear possíveis casos em pacientes recuperados

Meses depois da detecção do novo coronavírus e o início de uma pandemia, os impactos da recente Covid-19 para a saúde humana seguem sendo diariamente investigados, e a cada ensaio clínico é possível entender mais do comportamento da doença, os fatores de risco e seus efeitos. Um deles, destacado recentemente por estudos diferentes no Brasil e no exterior, revela a possibilidade de complicações no sistema cardiológico dos infectados pela Covid-19, mesmo naqueles pacientes já tratados e recuperados do vírus. Por isso, o Hospital & Clínica São Gonçalo (HCSG), na zona metropolitana do Rio de Janeiro, iniciou nesta semana um monitoramento de todas as pessoas que foram internadas na unidade por causa do novo coronavírus com o objetivo de informar sobre os cuidados necessários com o coração e oferecer os serviços ambulatoriais do hospital para acompanhamento.

De acordo com o doutor Angelo di Candia, gestor da unidade coronariana do Hospital & Clínica São Gonçalo, as consequências da doença já haviam sido percebidas, e ganharam mais embasamento científico nas últimas semanas.

“A ideia do acompanhamento veio também, na verdade, da observação que a gente já fazia no Hospital dos pacientes internados, e vimos que alguns desenvolviam graus diversos de acometimento cardíaco associado à infecção pela Covid”, explica, destacando que a agressão do vírus pode ser maior do que o previsto até então. “Os estudos e publicações no mundo todo mostram com evidências mais claras que essa propriedade do vírus de agredir o músculo cardíaco e também os vasos que estão dentro do coração, mesmo os pequenos vasos, é maior do que pensávamos no início da pandemia. Com isso, aumenta-se o risco de complicações, de curto e longo prazo, associadas à descompensação de doenças cardíacas, algo que pode ocorrer mesmo em pacientes que se recuperaram da Covid”, afirma o cardiologista.

O contato com os pacientes recuperados da Covid é feito, primeiramente, por telefone. O serviço de telemedicina vai ajudar a rastrear, de início, as possíveis complicações derivadas da infecção e, mais importante, alertar as pessoas para a possibilidade desse quadro. São mais de 400 recuperados do coronavírus somente no HCSG desde o primeiro caso. O acompanhamento é uma ação orientada e estimulada, também, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

“Nós queremos passar a mensagem de que é importante que todo paciente que se recupera de Covid-19 tenha uma avaliação cardiológica posterior, um acompanhamento ambulatorial. Existem fatores que determinam as chances de se ter uma agressão maior ou menor, e por isso vamos informar sobre a vigilância cardiológica”, assegura o doutor Angelo.

O Hospital & Clínica São Gonçalo tem, desde o começo da pandemia, uma estrutura preparada e segura para atender os pacientes da Covid e conta com um fluxo de pacientes organizado que mostrou resultado positivo. Atualmente, tem experimentado uma redução de mais de 50% do número de casos, em média, em relação aos primeiros meses, e não há casos registrados de internação, hoje, em que se encontre complicação cardíaca grave em pacientes infectados pelo novo coronavírus.


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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Planejamento sucessório evita litígios e taxações da herança, que podem chegar a 40% do valor dos bens

Dra. Cláudia Stein



Advogada especializada em Direito Familiar explica a importância do processo


O planejamento sucessório pode ser definido como uma decisão antecipada da sucessão patrimonial de uma empresa ou de um indivíduo. Com o documento – tido como uma alternativa menos desgastante, que minimiza as possibilidades de litígios entre os beneficiários – é possível que sejam estabelecidas oficialmente uma série de diretrizes, como o registro e a destinação de bens e propriedades aos beneficiários do patrimônio. No caso de empresas, também pode ser definido qual será o herdeiro que será o responsável por manter a administração vigente.

O planejamento é de extrema importância para garantir a manutenção dos bens da família ou das empresas, uma vez que processos de inventário após a morte são burocráticos, caros e envolvem disputas judiciais intensas, que podem levar anos para terminar. Além disso, estimativas apontam que os inventários sejam responsáveis por diminuírem o valor total da herança em 30 a 40%.

A advogada especializada em direito familiar e sucessório, professora de cursos de pós-graduação em Direito Civil, Cláudia Stein, explica que, com o planejamento sucessório, os interessados podem diminuir a incidência de litígios entre os beneficiários, além de destinar os bens que julgar melhor atender os interesses de cada um dos contemplados, sempre respeitando a previsão da lei. “No Brasil, quem tem herdeiros necessários (descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro), só pode destinar 50% do respectivo patrimônio para outras pessoas ou instituições que não sejam os herdeiros”, pontua a especialista.

Pandemia acelera busca por informações sobre o tema

Durante esse período de pandemia, a advogada já notou um crescimento nas consultas em temas como testamento e herança. “Senti um aumento na procura pela realização de planejamentos sucessórios nos últimos meses. Acredito que isso aconteça pelo fato de que a pandemia deixa muito claro para todos o aspecto da finitude da vida”.

Em sua visão, muitas vezes as famílias e empresas adiam o planejamento sucessório e não tratam o assunto com a seriedade que ele
deveria ter pois é comum que as pessoas tenham receio de falar sobre temas que se relacionam à morte. E as implicações burocráticas sobre o planejamento sucessório são assuntos comumente adiados.

Para evitar esse erro, a advogada recomenda que se procure um especialista, que pode agilizar e orientar os interessados no processo. “A melhor forma é a realização de reuniões preliminares, para que sejam esclarecidas todas as dúvidas iniciais. Depois desse primeiro passo, o ideal é construir um protocolo de intenções, para iniciar a elaboração da documentação necessária”, finaliza Cláudia Stein.

Cláudia Stein advogada especializada em Direito de Família e das Sucessões. Sócia do escritório “STEIN, PINHEIRO E CAMPOS SOCIEDADE DE ADVOGADOS”; Mestre e Doutora em Direito Civil pela Universidade de São Paulo; Professora de Direito Civil no curso de Pós-Graduação da Escola Paulista de Direito-EPD, na Escola Brasileira de Direito - EBRADI e em diversos outros cursos; co-autora das obras “Direito e Responsabilidade”, “A Outra Face do Judiciário”, “Direito Civil – Direito Patrimonial e Direito Existencial”; da obra “Separação, Divórcio, Partilhas e Inventário Extrajudiciais - Questionamentos sobre a Lei 11.441/2007; da obra “Impactos do novo CPC e do EPD no Direito Civil Brasileiro”; coautora da obra “Direito de Família”; coautora da obra “Transformações no Direito Privado nos 30 anos da Constituição – Estudos em homenagem a Luiz Edson Fachin”; coautora da obra “Coronavírus: impactos no Direito de Família e Sucessões”.

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Estudantes gravam vídeos com mensagens de carinho para idosos de Asilo em Ribeirão Preto



Estudantes gravam vídeos com mensagens de carinho para idosos de Asilo em Ribeirão Preto

Projeto tem o objetivo de ensinar sobre a importância de cuidar de quem está no grupo de risco em meio à pandemia


O isolamento social completou cinco meses e muitas pessoas já estão sentindo os efeitos colaterais de não poderem sair de casa. Essa situação se agrava entre os idosos, que estão cada vez mais isolados por serem considerados grupo de risco na pandemia da Covid-19. Para tentar mudar esse cenário, os estudantes do 2º ano A do Ensino Fundamental do Colégio Marista Ribeirão Preto (SP) desenvolveram o Projeto de Intervenção Social (PIS) sobre o cuidado e o atendimento preferencial aos idosos, considerando também essa época de pandemia.

Dezoito alunos da mesma turma gravaram vídeos com mensagens personalizadas de carinho e ânimo e enviaram para um grupo de 19 idosos do Lar Vovô Albano, instituição que acolhe pessoas com mais de 60 anos em situação de abandono e risco social. “A assistente social da instituição entrou em contato conosco falando que os idosos estavam se sentindo muito tristes neste período de pandemia, porque não podem sair nem receber visitas e então decidimos desenvolver essa ação”, conta a professora Patrícia Machado.

A turma também organizou kits de higiene contendo sabonete líquido, bucha para banho, creme dental, escova de dente e uma caneca de plástico para doar aos idosos, como forma de combater a Covid-19. O asilo solicitou apenas o sabonete, mas partilhando com as famílias durante a aula remota, as doações foram ampliadas.

Os produtos serão entregues devidamente higienizados na recepção do Lar no dia 25 de agosto. “Ficamos animados com a possibilidade de ajudar neste momento em que eles estão tristes. Mesmo sem contato físico, conseguimos levar um pouco de carinho a eles”, disse Patrícia.

Para a coordenadora da Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais do Colégio Marista Ribeirão Preto (SP), Marina Mazetti Stucchi Silva, ações como essa são fundamentais para desenvolver a solidariedade e a empatia entre os estudantes. “O período de pandemia tem apresentado situações em que podemos trabalhar na prática essas habilidades e competências tão importantes para a formação integral do aluno”, ressalta.

Sobre a Rede Marista de Colégios

O Colégio Marista Ribeirão Preto integra a Rede Marista de Colégios (RMC), que está presente no Distrito Federal, Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 18 unidades. Nelas, os mais de 25 mil alunos recebem formação integral, composta pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica alinhada ao mercado. Por meio de propostas pedagógicas diferenciadas, crianças e jovens desenvolvem conhecimento, pensamento crítico, autonomia e se tornam mais preparados para viver em uma sociedade em constante transformação. Saiba mais em www.colegiosmaristas.com.br.


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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

ARTIGO: HORAS INFINITAS - Por: Lucia Moyses



As horas já não importam mais. Tic tac. Tic tac. Tic tac. Despertar, comer, assistir TV, navegar pela internet, pensar, pensar, pensar.


Os primeiros dias até que são divertidos. Poder acordar a qualquer hora, não ter horário para nada, almoçar às 15 horas e jantar à meia-noite. Assistir a todos os filmes do Netflix que não tinha tempo para acompanhar, ficar conversando no Whatsapp até enjoar, comer, comer, comer.

Então, os dias passam e o tédio chega. O sol continua a brilhar, mas não podemos senti-lo em nossa pele. O dia se alterna com a noite, mas isso não faz mais diferença. As árvores continuam verdes, as flores continuam perfumadas, mas estamos proibidos de desfrutar a natureza.

Será tão ruim assim ficar um tempo confinado? Estamos em nossas próprias casas, em nosso próprio lar, na companhia das pessoas que mais amamos. Nos dias de hoje, cada vez mais gente trabalha em casa, virtualmente. Pacientes conversam com seus terapeutas via computador. Estudos são feitos à distância. As pessoas querem sair cada vez menos de casa. Querem enfrentar cada vez menos o trânsito, a neurose, o capricho do clima.

Por que, então, tanta revolta e negatividade? Porque perdemos nossa liberdade. Ficar em casa por escolha é diferente de ser proibido de sair às ruas. O homem preza sua liberdade acima de tudo. O fruto proibido é sempre o mais desejado, é sempre o mais atraente.

Pais sentem seu coração partir quando seus pequenos falam “quando tudo melhorar, a gente vai brincar no parque, não é?”. Namorados e amantes testam seu amor com a distância imposta. Filhos não podem visitar seus pais idosos. Pessoas que precisam de receita para comprar seus medicamentos precisam se expor ao perigo do vírus para irem visitar seus médicos. Quem está infectado pode ser obrigado a ficar confinado em seu quarto. Enfim, não é simplesmente não sair de casa, mas viver em clima de guerra. Esse é o grande problema.

Mas vamos lá. Reclamar não adianta. Todo o pânico e negatividade só pioram a nossa situação. Os fatos são esses. Podemos aceitá-los tentando tornar nossa vida menos pesada ou podemos nos revoltar, chorar, gritar e só piorar a situação para todo mundo.

Quem está trabalhando em casa, acorde na mesma hora de sempre, tome banho como sempre, vista-se como sempre (tudo bem, não é necessário o terno ou os saltos agulha, a não ser que você realmente goste), tome o café da manhã no mesmo horário de sempre. Escolha em que aposento você irá trabalhar e concentre-se no seu serviço como faria nos dias normais. Faça pausas para descansar, tomar café, beber água. Pare no horário de almoço e quando terminar seu horário de trabalho, desligue-se de tudo. É sua hora de relaxar.

Quem não pode mais ir à academia ou correr no parque, baixe aplicativos de exercícios e alongamentos. Não deixe de se exercitar. O exercício físico faz bem para a mente e para o corpo.

Quem não pode trabalhar em casa e está achando seus dias um tédio, aqui vão algumas dicas: leia. Coloque sua leitura em dia. Não tem livros em casa? Há vários sites disponibilizando livros online gratuitos para serem baixados. Leia. Cada 30 minutos de leitura por dia criar novas redes neurais em seu cérebro que reduzirão sua chance de demência. Leia. Crie esse hábito. Aproveite que agora você tem tempo.

Quem disse que você precisa se isolar de todo mundo? Converse com sua família e amigos pelo Whatsapp. Faça ligações de vídeo e inclua diversas pessoas para conversarem, rirem, trocarem ideias.

Que tal aprender um novo idioma? Existem sites gratuitos para que você possa aprender sem sair de casa. Parlez vou français? Sprechen Sie Deutsch?

Quanto tempo faz que você não arruma seus armários e gavetas? Quantas coisas que você não poderia doar, porque não usa há muito tempo? É chato? Sim, mas faça um pouquinho só por dia. Você tem tempo. Coloque uma música que te incentive ou te relaxe, ou te dê asas e arregace as mangas. E por falar em música, por que não dançar? Dance sozinho, dance com o parceiro, dance com os filhos, dance.

Não se esqueça do sol. O sol é muito importante. Se você mora em casa, saia um pouco no quintal. Se mora em apartamento, vá um pouco às áreas públicas, tomando o cuidado de ficar distante das pessoas que porventura tiveram a mesma ideia que você. Se tiver muita gente, volte ao apartamento e tente novamente em outro horário.

Por que não aprender a cozinhar? Há sites de supermercado que entregam as compras que você desejar. Pesquise quais não estão aumentando o preço das mercadorias.

Jogue Stop pelo Whatsapp com os amigos. Jogue xadrez pela internet. Se tiver jogos de tabuleiro, jogue com quem estiver confinado com você.

Não sabemos quanto tempo esta crise irá durar. Pode ser semanas, pode ser meses. É hora de sermos criativos, de sermos positivos. E é hora de aprendermos a exercitar a solidariedade. Muitas pessoas estão sem trabalho. E sem trabalho, não recebem. Por que não ajudar essas pessoas depositando alguma quantia, por mínima que seja, em sua conta? Algumas pessoas estão sozinhas, realmente sozinhas, e não têm com quem conversar. Podem estar deprimidas, ansiosas, com muito medo e fragilizadas. Liguem para essas pessoas, conversem com elas sempre que puderem. As redes sociais podem fazer um bem enorme para quem está sozinho e/ou sofrendo.

É nessas horas, horas de crise, que podemos tirar o melhor de cada um e exercermos nossa humanidade. É justamente agora que estamos isolados que devemos nos unir. Mostrar que não estamos sós apesar de sozinhos.

Médicos estão fazendo sua parte, arriscando até mesmo suas vidas. Vamos fazer nossa parte também.

Crise, em psicologia, significa mudança. Vamos lutar para que seja uma mudança benéfica, positiva, uma mudança para um mundo melhor.


Lucia Moyses é psicóloga, neuropsicóloga e escritora (www.luciamoyses.com.br)

Natural de São Paulo, Lucia teve sua primeira formação em análise de sistemas pela FATEC (Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo), complementando os seus estudos com curso de pós-graduação na UNICAMP (Universidade de Campinas). Atuou nessa área por mais de 20 anos e foi convidada para ser coautora em uma obra da IBM, em sua sede nos Estados Unidos. Administrou cursos e palestras, inclusive para pessoas com necessidades especiais.

A partir desta experiência, a escritora se interessou pela área de humanas. Foi então que decidiu seguir a carreira de Psicóloga, concluindo o bacharelado na FMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas) e, logo depois, se especializando em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva pelo (INESP) - Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa.

Em 2013, a autora lançou seu primeiro livro “Você Me Conhece?” e dois anos depois o livro “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia.

Três anos após a especialização em Neuropsicologia, Lucia lançou os três primeiros livros: “Por Todo Infinito”, “Só por Cima do Meu Cadáver” e “Uma Dose Fatal”, da coleção DeZequilíbrios. Composta por dez livros independentes entre si, a coleção explora a mente humana e os relacionamentos pessoais. Cada volume conta um drama diferente, envolvendo um distúrbio psiquiátrico, tendo como elo o entrelaçamento da vida da personagem principal.

Em 2018, a psicóloga lançou mais três livros: “A Mulher do Vestido Azul”, “Não Me Toque” e “Um Copo de Veneno”, totalizando seis livros da coleção. Em 2020, Lucia, lança o livro "A Outra"


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sábado, 22 de agosto de 2020

Banho Solidário chega à Avenida Paulista com serviços de higiene para pessoas em situação de rua e pets




Durante o inverno, a ONG Banho Solidário Sampa promove ações sociais voltadas aos moradores de rua. O trabalho voluntário consiste em proporcionar banho quente, cuidados com a higiene e a doação de roupas limpas. Dessa vez, a ONG, em parceria com a instituição Moradores de Rua e Seus Cães, oferecerá banho e ração para os pets dos moradores. A próxima ação ocorrerá em 23/08 na Avenida Paulista, no vão do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Em geral, a ação ocorre ao longo de duas a três horas e atende cerca de 40 pessoas em situação de vulnerabilidade social. Além do banho, são oferecidas toalhas de banho, roupas limpas e bem conservadas, barbeador descartável, espuma de barbear, absorventes, roupas íntimas novas, desodorantes, escovas e pasta de dentes, além de álcool em gel, entre outros itens.

Para a execução do projeto social, o Banho Solidário desenvolveu e fabricou um trailer especialmente projetado para ser autossustentável e ecologicamente correto, com água limpa para os banhos. Após a atividade, o trailer retorna para a base operacional, onde a água pós banho é descartada na rede de esgoto da Sabesp, sendo totalmente higienizado com água, detergente e desinfetantes. Os boxes foram revestidos com polipropileno, que permite a fácil higienização e impede o acúmulo de água suja em cantos e frestas. Assim, toda a infraestrutura elétrica e hidráulica foi pensada para um banho confortável, quentinho e ecologicamente correto.

A ação do Banho Solidário é mantida a partir de campanhas de doação, seja a partir de doadores individuais ou empresas. Como exemplo, a Lorenzetti, empresa líder em duchas, chuveiros, torneiras elétricas e aquecedores de água a gás, em parceria com a ONG, fez a doação de chuveiros elétricos, torneiras, entre outros produtos. O Instituto Ana Hickmann doou produtos de higiene e oferece a mão de obra para cortes de cabelo. A ação necessita de apoio para oferecer vestuário, roupas íntimas novas e álcool em gel.

As contribuições individuais vão desde itens de higiene até a ação “Adote um Banho”, que permite a doação em dinheiro. Como exemplo, doações de R$40 garantem o banho de, pelo menos, quatro pessoas. Para saber mais, acesse: https://linktr.ee/banhosolidariosampa


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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Consumo em restaurantes de bairros residenciais cresce na maioria das capitais brasileiras


Em contrapartida, o movimento das operações em regiões comerciais caiu. Os dados são de um estudo feito pela Sodexo Benefícios e Incentivos



Refeições presenciais em restaurantes ficaram restritas durante muito tempo, em razão das medidas de isolamento social, impostas pelo coronavírus. Com a atual retomada do funcionamento em algumas regiões do país, nota-se uma mudança no comportamento dos clientes: os restaurantes localizados próximos às áreas residenciais têm registrado aumento no movimento, enquanto os que ficam em áreas comerciais sinalizam redução do consumo. A tendência foi apontada por um levantamento realizado pela Sodexo Benefícios e Incentivos, que administra vales-refeições em todo país.

O comportamento foi identificado na maioria das capitais brasileiras: Brasília (DF), São Paulo (SP), Rio Branco (AC), Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Goiânia (GO), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Recife (PE), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Natal (RN), Porto Velho (RO), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Aracaju (SE). A alta adesão pelas empresas ao regime de trabalho em home office explica essa mudança.

Em Brasília, por exemplo, houve, em média, uma alta de 43,33% no consumo entre os principais restaurantes de bairros residenciais. A queda no movimento de restaurantes localizados em áreas comerciais foi de 52,57%. Regiões administrativas como Samambaia, Águas Claras, Gama, Sobradinho e Guará tiveram aumento no faturamento dos restaurantes. Já em regiões como Asa Sul, Asa Norte e Taguatinga houve queda na média geral de consumo dos restaurantes.

No sul do país, em Curitiba esse movimento se repete, a queda nos restaurantes em regiões comerciais foi de 61%, em média. Já os restaurantes de bairro apontaram alta de 22%, em média, no consumo. Na região norte, em Manaus as operações em regiões de comércio caíram 53,4%, em média. Restaurantes mais próximos de residências registraram aumento de 57,8% no movimento. Os números também chamam atenção em São Luís, 112% de crescimento no movimento de restaurantes localizados próximos às regiões residências e 49% de queda no consumo dos restaurantes em áreas comerciais.

A especialista em competitividade do Sebrae, Mayra Viana, explica que esse comportamento é devido às inúmeras pessoas que estão trabalhando em casa. “Mesmo com a retomada de alguns negócios, ainda há muitas pessoas realizando trabalho remoto, em um home-office adaptado, conciliando as atividades profissionais com os afazeres no lar. Diante disso, muitas vezes, o delivery ou a retirada de alimentos nas proximidades da residência se torna uma opção viável e atrativa, que contribui com a conveniência nas refeições domésticas”, afirma.

Solução

Segundo a analista, os estabelecimentos comerciais que estão sofrendo com a queda no movimento podem tomar algumas iniciativas para reverter a situação. “É necessário atrair a atenção do cliente, com ofertas diferenciadas combinadas a um serviço de entrega. Ainda que se trate de um bairro comercial, muitas vezes há moradias próximas, e isso abre oportunidade para conquistar um consumidor da região que não necessariamente tinha o hábito de consumir no local”, indica.

A analista de inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht alerta sobre a oportunidade de desenvolver a presença digital como estratégia para reverter a queda nas vendas dos restaurantes. “A pandemia expôs a necessidade de qualquer negócio ter presença nas redes sociais. É uma forma de se manter próximo ao consumidor, mesmo com as normas de distanciamento social. Atento a isso, o Sebrae lançou uma jornada de aceleração para aqueles empreendedores que precisam turbinar ou iniciar sua participação no mundo online. O UP Digital é uma imersão de dez dias onde são apresentadas as principais técnicas e ferramentas usadas para desenvolver marketing e vender na internet. São formados grupos com até 15 empresas, para aprender e compartilhar experiências. As turmas possuem mentoria de um consultor e são realizados atendimentos individuais que mostram os recursos das principais redes sociais e plataformas de vendas online”, indica Hulda.

Hulda afirma que o UP Digital foi lançado durante a pandemia, justamente pela necessidade identificada em muitos empresários que nunca venderam online ou ainda não mantém uma frequência nas redes sociais. “O Sebrae percebeu que muitos negócios, mais tradicionais, tais como padarias, confeitarias, restaurantes, oficinas mecânicas, pet shops possuem a dinâmica de receber o cliente apenas presencialmente e por isso ainda não haviam aderido aos serviços online. O UP Digital foi desenvolvido como solução rápida e dinâmica para esses empreendedores. A jornada conta com um diagnóstico personalizado para cada empresa, por meio do qual são direcionadas as estratégias adequadas a cada caso. Já atendemos cerca de mil empresas e o retorno tem sido muito positivo”, explica.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

QUALIDADE DA MERENDA ESCOLAR DEPENDE DAS PREFEITURAS

Luiz Miguel Martins Garcia - Presidente da UNDIME


Em entrevista exclusiva ao Brasil 61, o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, afirmou que a merenda escolar tem chegado às escolas do país. No entanto, ele ressalta que a complementação para que essa alimentação seja de qualidade ainda depende de ações pontuais das prefeituras, por meio de um trabalho conjunto entre as unidades de ensino com a assistência social dos municípios.

“O Programa Nacional de Alimentação Escolar é universal. Então, uma vez determinado, é necessário que se dê acesso a todos os alunos. A merenda está chegando, os kits estão chegando. Mas, é importante a gente explicar que cada aluno, de primeiro a nono ano, recebe o recurso da ordem de R$ 8 por mês. É um valor muito baixo. Ainda assim os municípios têm feito esforços, tem conseguido avançar e garantir esse kit complementar para alimentação”, garantiu o presidente.

“Nós recebemos hoje, nesse parâmetro que eu te passei, R$ 0,39 por refeição. Nós consideramos que, dificilmente é possível fazer uma alimentação de qualidade tal qual é oferecida por menos de R$ 1,80, R$ 2,00”, complementou.

Luiz Miguel Martins também comentou sobre a Proposta de Emenda à Constituição 26/2020, que torna permanente o Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A proposta já foi aprovada na Câmara e, atualmente, é analisada pelos senadores. Para o presidente, da maneira que foi aprovada pelos deputados, a PEC pode não beneficiar de maneira eficiente todos os municípios brasileiros.

“Para que ele pudesse ser, de fato, redistribuído a todos os municípios carentes, teria que ser a proposta original, que foi apresentada com 40% de complementação da União. Com 20% não há essa cobertura. Mas, ainda assim, os avanços são grandes. Principalmente avanços no sentido de atender a Educação Infantil, o que ajudará muito nessa fase que ainda estamos longe de atingir as metas nacionais de matrículas”, avaliou.

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Outro ponto abordado durante a entrevista foi o retorno das aulas presenciais nas escolas do País. Sobre esta questão, o presidente da Undime afirmou que os municípios já estão organizando projetos que permitam o retorno às aulas dentro do próprio ambiente escolar, mas tomando todas as precauções para evitar que esse regresso possa pôr em risco a saúde de alunos, professores e funcionários das escolas.

“Esses protocolos são complexos, porque dependem de informações da saúde, depende de uma articulação com outros setores, como assistencial social, como setor financeiro das prefeituras para que consigamos garantir a oferta de uma recepção com segurança”, pontuou.

“Pensar e organizar os protocolos não quer dizer que efetivamente iremos voltar sem ter essa garantia de que não há um risco maior do que aquele que a criança possa estar sujeita no seu dia a dia, em casa ou algo dessa natureza. Os municípios e os estados estão empenhados. Estamos trabalhando, na medida do possível, conjuntamente”, concluiu Martins.

Ainda a respeito desse ponto, o presidente afirmou que existe um comitê operativo e emergencial do Ministério da Saúde que trata das questões desse momento de crise. Segundo ele, a Undime tem cobrado da Pasta um programa e o financiamento de ações que permitam o retorno às aulas presenciais com segurança. “Gostaríamos que o diálogo tivesse mais adiantado, mas com toda essa questão de troca ministerial, isso ficou travado. A expectativa é de que isso possa avançar agora”, projetou Luiz Miguel Martins


Fonte: Brasil 61