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domingo, 9 de janeiro de 2011

O Mentiroso

Espetáculo dirigido por Maria Eugênia De Domenico e Augusto Marin resgata o melhor da Comédia Dell’arte.

Elenco de O MENTIROSO - FOTOS ALICIA PERES


Fernanda Mitaini e Augusto Marin - FOTOS ALICIA PERES

Fernanda Mitaini  e Marcos Thadeus - FOTOS ALICIA PERES

Juliano Dip, Paulo Dantas e Carlos Capelleti - FOTOS: ALICIA PERES
Texto de Carlo Goldoni

No elenco: Carlos Capelleti, Augusto Marin, Fausto Franco, Augusto Pompeo, Fernanda Mitaini, Eliane Rossetto, Juliano Dip, Tadeu Pinheiro, Marcos Thadeus, Will Saint´Clair, João Paulo Soran, Paulo Dantas e Leandro Pinheiro
Escrita por Carlo Goldoni em 1750, a peça conta a história de Lélio dos Humildes, um napolitano que mente compulsivamente, com grande brilho e agilidade, sempre em benefício próprio. Lélio diz que não mente nunca, e sim que tem apenas lampejos de criatividade.

Ao chegar a Veneza, com seu criado Arlecchino, Lélio descobre que um amante anônimo dedicou uma serenata à Rosaura e Beatriz, filhas do Doutor Balanzone. Rapidamente, finge estar apaixonado por Rosaura e assume ser ele o autor da serenata. Rosaura recebe então um presente desse admirador secreto, e Lélio assume o envio do presente, dizendo que era para ser uma surpresa. Esse admirador dedica então um soneto à Rosaura, que Lélio assume como seu, chegando ao cúmulo de repetir alguns de seus versos. Engana também seu pai, Pantaleão, dizendo que está casado em Nápoles e que sua esposa está grávida; depois, porém, para se casar com Rosaura, nega tudo, dizendo que sua esposa pode morrer e que perdeu o filho.
Suas mentiras são tão fecundas que de uma nascem cem e Lélio acaba se enrolando com as moças, com o pai delas, com seu amigo Otávio e com o próprio pai, Pantaleão.
“O Mentiroso” é um espetáculo teatral posterior ao contexto da tradição italiana da improvisada e ágil da Commedia Dell Arte. A peça é inspirada em O Manto de Corneille (1642), do escritor francês Pierre Corneille (1606-1684) e na peça Verdade Suspeitosa (El Mentiroso, 1630) de Lope De Vega (1562- 1635). As sutilezas do caráter de Lélio dos Humildes revelam um ser complexo, que deveria aprender as coisas de modo científico, sem mistificações, que deveria refutar a inventividade aleatória, a improvisação e a mentira. “O Mentiroso” marca não apenas uma mudança na arte teatral italiana, como também reflete a evolução do conceito do ser humano ao longo da história.
Do clássico ao trash: uma colagem teatral, uma farsa totalmente antropofágica!
Nesta montagem, Maria Eugênia De Domenico e Augusto Marin valorizam o lado satírico e farsesco do texto, dando às cenas uma estética de histórias em quadrinhos e desenho animado, mostrando a mentira como possibilidade de invenção e criatividade, característica fundamental da arte dos atores, dos novelistas e advogados. Lélio representa a figura do ator e do próprio autor, neste caso Goldoni, que mente para viver, por isso é um mentiroso profissional.
A encenação do espetáculo “O Mentiroso” dá continuidade à linha de pesquisa que a Commune faz sobre a Commedia Dell Arte, iniciada com a montagem de O Arlecchino de Dario Fo (2007), e traz consigo a linguagem e a estética da Commedia dell arte e do teatro satírico, utilizando música ao vivo, recursos circenses, máscaras e adereços. As máscaras criadas por Helô Cardoso, mascareira e professora da Unicamp, seguem a linha de pesquisa iniciada por Amleto e Donato Sartori, em 1948, na Itália e criadores das máscaras da peça Arlequim Servidor de Dois Patrões, dirigida por Giorgio Strehle, no Piccolo Teatro de Milano. O cenário e os figurinos assinados por William Gama seguem uma mise-en-scene estilizada e alegórica, com o objetivo de remeter o espectador à Veneza e à corte italiana renascentista do século XVIII. O espetáculo, conta ainda, com Direção Musical de Adilson Rodrigues e Iluminação de André Lemes. A Produção é de Heloísa Andersen.

ORIGEM DA MONTAGEM

O interesse em montar “O Mentiroso” surgiu graças ao sucesso que a leitura da peça obteve no Ciclo de Leituras Memórias do Teatro, na Caixa Cultural da Sé, em homenagem às peças montadas pelo TBC. Augusto Marin, o diretor do feito, percebeu a força e atualidade das gags e situações cômicas da peça, e decidiu montar a peça. Para co-dirigir o espetáculo, convidou Maria Eugênia De Domenico.
O processo de montagem da peça começou com um acurado trabalho de leitura do texto, após a tradução e adaptação feita por Augusto Marin e Maria Eugênia De Domenico. Adaptações como cortes e alteração na sequência das cenas foram feitas dando origem a uma nova versão do texto, bem mais concisa e cômica, sem falas redundantes ou rebuscadas.
Iniciaram-se então o trabalho de criação, improvisações de cenas e criação das personagens e o texto novamente passou a ser adaptado e transformado, visando enxugar toda a gordura e o pó que encobriam a ação cênica e o jogo da farsa, recuperando assim o roteiro original de ações da peça, como devia ser feito na Commedia dell´arte dos primórdios, com grande força satírica e irreverencia.

O AUTOR - CARLO GOLDONI

Carlo Goldoni nasceu em Veneza, em 25 de fevereiro de 1707, e é considerado um dos maiores autores europeus do século XVIII. Suas obras, junto com as de Pirandello, constituem o principal veículo de difusão da arte dramatúrgica italiana através do mundo.

Goldoni foi o grande reformador da Commedia dell’arte. Pouco interessado em medicina, profissão que o pai exercia, foi estudar filosofia no Colégio de Rimini. Em 1721, com apenas 14 anos, abandonou os estudos para seguir uma trupe de comediantes. No entanto, a morte do pai obrigou-o a estudar Direito e a formar-se em advocacia, o que lhe permitiu garantir o seu sustento.

Aos 27 anos aceitou o cargo de poeta residente da companhia de teatro lírico de Giuseppe Imer, para o qual escreveu interlúdios cômicos, tragédias e tragicomédias. Mas foi só no ano de 1738, aos 31 anos, que Goldoni encontrou a sua verdadeira vocação: as comédias. Nesse ano, escreveu a peça Momolo Cortesan, na qual o protagonista tinha o texto todo escrito. Iniciava-se a renovação da Commedia dell’arte, que até então tinha como base o improviso e dependia muito do talento dos atores. Goldoni pôs a tônica no texto e desviou a atenção para a qualidade dos autores.
Em 1747, Goldoni conheceu Gerolamo Medebach, diretor da companhia Sant’Angelo e aceitou o cargo de poeta residente da trupe. Finalmente, pôde renunciar à advocacia para se dedicar inteiramente ao teatro. Foi a época do seu apogeu: em apenas um ano, de 1750 a 1751, escreveu nada menos do que 16 comédias, entre elas “O Mentiroso”.
O Mentiroso é uma montagem antológica do TBC, feita em 1949/62, pelo diretor italiano Ruggero Jacobbi, tendo o ator Sérgio Cardoso no papel de Lélio Bisognosi.
Goldoni faleceu pobre em Paris, no dia 06 de fevereiro de 1793, depois que a Revolução Francesa cortou seus ganhos como professor dos filhos do Rei.
FICHA TÉCNICA

Texto: Carlo Goldoni

Tradução: Augusto Marin

Adaptação e Direção: Maria Eugênia De Domenico e Augusto Marin

Direção: Maria Eugênia di Domenico

Elenco: Carlos Capelleti, Augusto Marin, Fausto Franco, Augusto Pompeo, Fernanda Mitaini, Eliane Rossetto, Juliano Dip, Tadeu Pinheiro, Marcos Thadeus, Will Saint´Clair, João Paulo Soran, Paulo Dantas, Leandro Pinheiro

Músicos: João Paulo Soran, Paulo Dantas, Leandro Pinheiro

Direção Musical: Adilson Rodrigues

Máscaras de Commedia Dell Arte: Helô Cardoso

Máscaras de Carnaval e Adereços: Larissa

Cenários e Figurinos: William Gama

Cenotécnico: Paulo Dantas

Iluminação: André Lemes

Coordenação: Augusto Marin e Michelle Gabriel

Produção: Heloísa Andersen

Assessoria de Imprensa: André Moretti

Realização: COLETIVO TEATRAL COMMUNE

Projeto realizado com recursos do Prêmio Myriam Muniz da FUNARTE 2010

SERVIÇO:

O quê: “O Mentiroso”

Onde: Teatro Commune

Endereço: Rua da Consolação, 1218 – Consolação

Telefone: (11) 3476-0792 - teatrocommune@commune.com.br

Quando: Estreia dia 14 de janeiro – Segue até 28 de fevereiro, sábados 21h e domingos às 20h e segundas 20h

Quanto: R$ 30,00 (Inteira), R$ 15,00 (Estudantes, idosos, classe artística e associados AMB)

Capacidade: 83 Lugares

Duração: 1h20 min

Recomendação: 12 anos

Vendas pelo site: http://www.bilheteria.com.br/

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