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quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Vovô virou uma estrelinha"

O que se deve ou não falar com as crianças quando o assunto é Morte?

Poucos assuntos afligem mais os pais do que ter que falar sobre morte com seus filhos pequenos. O tema ainda é tratado como tabu em muitas famílias, que para evitar que a criança sofra com a perda de algum parente ou amigo, usa de vários artifícios para justificar sua ausência. Tal comportamento é criticado por psicólogos e psicopedagogos que afirmam que os pais devem tratar o assunto com naturalidade e, principalmente, sempre dizer a verdade a seus filhos.

Segundo a pedagoga e psicóloga Maria Grupi, a morte só é impactante para aqueles adultos que não tiveram a oportunidade de trabalhar estas questões quando crianças. Para ela, a melhor forma de abordar o assunto é explicando às crianças sobre o ciclo da vida. "As crianças precisam aprender que todos os seres vivos, sejam bichos, plantas ou homens morrerão um dia para dar lugar a outros seres vivos", afirma.

Leia abaixo respostas da psicóloga Maria Grupi para algumas questões:

. É correto afirmar que apenas as pessoas mais idosas morrem?
Não. É importante que a criança entenda quais motivos levam uma pessoa à morte: velhice, uma doença de difícil cura ou um acidente. Uma criança pode morrer também? Pode, mas deve-se frisar que isto é algo muito raro.

. E para a pergunta "para onde as pessoas vão depois de mortas?". O que responder?
A explicação para esta questão deve acompanhar a crença de cada um. Há os que acreditam na ressurreição e na vida eterna (céu), os que crêem na reencarnação e também os que acham que a morte é o fim. Se o pai não tem uma crença definida, isto também deve ser dito à criança. Falar que virou uma estrelinha é adiar o problema, já que, no futuro, os pais serão questionados sobre isso pelos filhos, que ao saberem que foi uma história inventada, passarão a não mais confiar nas respostas dadas pelos pais.

. A criança deve ser levada a um velório?
As crianças devem, sim, ver como é um velório e um enterro. Não há a necessidade de ficar muito tempo nestes eventos, mas devem saber e ver o que acontece nestes momentos, sempre da forma mais tranqüila e respeitosa possível.
No caso de alguém muito doente, também é importante que a criança faça visitas regulares, a fim de ter a oportunidade de acompanhar a evolução da doença. Assim, os pais terão um aliado, no caso de um futuro falecimento, que é a própria observação da criança.

. Como vivenciar o luto?
A saudade da criança por alguém que morreu deve ser tratada como algo absolutamente normal pelos pais, assim com a vontade de chorar quantas vezes quiser. Todos devem viver o luto profundamente.

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