Novo método permite transformar células maduras em células-tronco para utilização em tratamentos de pele
Um novo método de coleta de células-tronco está revolucionando as pesquisas dermatológicas: cientistas descobriram como transformar células maduras da pele em células-tronco a partir de um processo chamado desdiferenciação. De acordo com o Dr. Omar Lupi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o procedimento consiste em retornar a célula à sua estrutura embrionária, permitindo que, através de uma biopsia simples e indolor, seja possível ter acesso ilimitado às células-mãe sem agressão.
As duas principais terapias celulares estão voltadas para o desenvolvimento da pele e para a queda de cabelo. Com o processo de desdiferenciação é possível, por exemplo, cicatrizar totalmente a pele queimada ou reparar doenças genéticas como a epidermólise bolhosa, caracterizada pelo surgimento de bolhas e consequentes feridas quando a pele sofre um trauma mínimo. O procedimento é consideravelmente simples: basta localizar o gene alterado, manipulá-lo através de células-tronco e reimplantá-lo, depois de curado, na pele. A ação é instantânea e sem efeitos colaterais.
Já nos tratamentos contra calvície, o implante de cabelo possibilita o transplante das células-tronco presentes no bulbo capilar, um reservatório natural chamado Bulge, permitindo assim o nascimento de cabelo onde antes já não mais havia. O método é antigo, mas não se sabia que o sucesso do tratamento se dava graças às células-tronco.
Dr. Omar lembra, no entanto, lembra que esses procedimentos ainda não estão disponíveis comercialmente: “é preciso que algumas questões éticas, técnicas e até mesmo religiosas sejam resolvidas antes de se pensar na comercialização dos tratamentos, mas num futuro próximo será possível executar todos eles no consultório”, prevê.
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